BRASÍLIA - Ao participar de audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou nessa quarta-feira (8) que a Lei Seca, instituída há cerca de um ano no Brasil, é “um marco divisor” na construção de uma nova consciência sobre a combinação entre o consumo de álcool e a direção de veículos. “Foi uma gigantesca contribuição do Congresso brasileiro com a saúde pública”, disse o ministro.
Em seu discurso, Temporão adiantou dados de uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, segundo a qual 50% dos jovens universitários entrevistados afirmam que não mais dirigem depois de beber. A pesquisa será divulgada hoje (9).
“O tema Educação e Conscientização é um dos mais importantes. Temos que dar conta dos que dirigem e dos que vão se formar como futuros motoristas”, afirmou. O ministro admitiu, entretanto, que, desde dezembro do ano passado, houve uma tendência de aumento no número de casos de imprudência ao volante, provocada pelo consumo de álcool pelos condutores de veículos. “Isso nos mostra a importância de redobrar a fiscalização permanente nas ruas, de parar motoristas e de usar o bafômetro.”
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Para o secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o Brasil está demonstrando “maturidade” para mudar uma realidade, segundo ele, “chocante”. Durante a audiência pública, ele defendeu que o combate ao consumo de álcool seja encarado como política pública e garantiu que a fiscalização “jamais caiu”.
“Quando a lei foi divulgada, as pessoas levaram um susto, mas depois perceberam que o risco não era tão grande. A tendência é relaxar, até ser pego por uma blitz. Uma mudança cultural se faz aos poucos”, afirmou Barreto, ao citar como exemplos o uso do cinto de segurança e a proibição do cigarro em voos e salas de aula.
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