SÃO LUÍS - A lancha Dimantina, que atravessava a baía de São Marcos pelo Canal do Boqueirão, vinda do município de Alcântara para São Luís, ficou à deriva por cerca de quatro horas, no final da tarde de ontem. Na embarcação havia 150 passageiros, entre eles crianças e idosos, que viveram momentos de apreensão e medo. Segundo informações dos ocupantes, ocorreu uma pane nos três motores. Nenhum funcionário da empresa responsável pela lancha quis prestar informações sobre o incidente.
“Nós vivemos um sufoco. Estava um inferno lá. Eu estou com essa criança, chorando, desde cinco horas da tarde”, disse Ângela Gusmão, que trazia no colo a pequena Maria Eduarda, de apenas 7 meses de idade, ao finalmente desembarcar na Ponta da Espera, no terminal de ferry-boats.
Parentes dos passageiros que estavam à espera de notícias na rampa Campos Melo, na Praia Grande, informaram que o barco ficou à deriva quando se aproximava de São Luís. A correnteza se encarregou de levá-lo pelo canal, passando pela Ilha Grande e pela Ilha do Caranguejo, chegando próximo a Ilha da Boa Razão, a 17km da costa.
CONTATO
Na Praia Grande, Francisco Fontenele mantinha contato constante com a sua esposa, Rairam, que trabalha na Justiça Eleitoral em Alcântara e faz a travessia de barco praticamente todos os dias. “Disseram que um ferry-boat passou pela lancha e não prestou socorro”, relatou Fontenele.
O socorro veio por intermédio do Iate Barraqueiro, feito de madeira e de menores proporções que a Diamantina. O iate partiu da Rampa Campos Melo por volta de 17h30 e interceptou a lancha meia hora depois.
O dono do iate Barraqueiro, João Silva Lima Júnior, disse que a Diamantina era muito pesada para a sua embarcação rebocar, por isso a operação de resgate seria lenta. Ele também informou que a lancha navegou cerca de cinco milhas à deriva (cerca de 3,5 quilômetros).
ATRACAÇÃO ESTRANHA
A lancha foi, então, rebocada até o terminal de ferry-boats da Ponta da Espera, próxima ao Itaqui. Lá, os encarregados pela embarcação cuidaram de amarrá-la na popa do ferry Cidade de Pinheiro, em vez de atracá-la no cais vazio, livre de qualquer outra embarcação.
“Eu acho isso uma falta de respeito, porque não é a primeira vez que dá pane nesses barcos. Meu noivo me telefonou do barco, contando que o motor parou”, comentou Rosenilde Viégas, enquanto aguardava o seu noivo, Tiago Rabelo, soldado da Aeronáutica. Ela também disse ter ouvido, pelo seu telefone, muito choro de criança e das mulheres que estavam à bordo da lancha.
“Isso nunca tinha acontecido comigo, passar por uma situação desta. Aqui tem criança, tem idoso, todo mundo chorando, um desespero só. Eu vim para São Luís para tratar da saúde, pois sinto muitas dores. Em Alcântara não tem hospital que preste. A gente vem de lá, passa um sufoco desse, arriscando a vida da gente. Eles cobram essa passagem cara e não ajeitam o barco”, reclamava Maria José Barros, ao desembarcar da Diamantina.
Atualizada às 23h18
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