RIO DE JANEIRO - O diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, anunciou hoje (4), em entrevista coletiva, que a estatal vai fornecer diesel com menor teor de enxofre para as frotas de ĂŽnibus urbanos das cidades de SĂŁo Paulo e Rio de Janeiro.
A decisĂŁo Ă© fruto de acordo firmado com o MinistĂ©rio PĂșblico Federal de SĂŁo Paulo, no Ășltimo dia 30, e implica no fornecimento para as duas cidades, jĂĄ a partir de janeiro de 2009, do diesel S-50 (que tem 50 ppm â partes por milhĂŁo de enxofre), percentual menor do que o atualmente fornecido, que Ă© o S-500 (com 500 partes por milhĂŁo de enxofre) e que Ă© utilizado atualmente nas regiĂ”es metropolitanas do paĂs.
A decisão, no entanto, pesarå diretamente sobre o bolso do consumidor, pois o produto, que terå que ser importado em sua maior parte, custarå em média 10% mais caro do que o que é atualmente fornecido pela estatal brasileira.
"Como o diesel S-50 tem um valor comercial maior que o diesel S-500, ele tambĂ©m vai ter um preço diferenciado, pois custarĂĄ mais caro para nĂłs e nĂŁo temos como fornecĂȘ-lo sem repassar a diferença para o consumidor finalâ, afirmou Costa.
Segundo o diretor da Petrobras, o cronograma da empresa prevĂȘ que, jĂĄ a partir de maio do prĂłximo ano, o diesel S-50 tambĂ©m estarĂĄ disponĂvel para toda a frota de veĂculos das regiĂ”es metropolitanas de Fortaleza (CE), Recife (PE) e BelĂ©m (PA).
A partir de agosto de 2009, o diesel S-50 estarĂĄ disponĂvel para as frotas cativas de ĂŽnibus urbanas de Curitiba (PR). JĂĄ em janeiro de 2010 serĂĄ a vez das frotas de Porto Alegre (RGS), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA), alĂ©m das regiĂ”es de SĂŁo Paulo, Rio de Janeiro, Baixada Santista, Campinas e SĂŁo JosĂ© dos Campos.
Segundo a Petrobras, a Resolução 315/2002 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) estabelece novos limites de emissĂ”es para os veĂculos pesados a diesel produzidos a partir de janeiro de 2009, que deveriam ter tecnologia P-6.
No acordo, a Petrobras se compromete, âde forma participativaâ, a fornecer o diesel S-50 mesmo sem a disponibilização do motor diesel P-6 no mercado brasileiro, em um cronograma definido sob orientação do MinistĂ©rio do Meio Ambiente.
O acordo foi firmado no MinistĂ©rio PĂșblico Federal, entre Petrobras, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos RenovĂĄveis (IBAMA), AgĂȘncia Nacional de PetrĂłleo, GĂĄs Natural e BiocombustĂveis (ANP), Fabricantes de VeĂculos, Fabricantes de Motores, Associação Nacional de Fabricantes de VeĂculos Automotores (Anfavea) e Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de SĂŁo Paulo (Cetesb, ligada Ă Secretaria do Meio Ambiente do Governo de SĂŁo Paulo).
Segundo Paulo Costa, com o acordo, a emissĂŁo de poluentes cairĂĄ entre 5% e 10% sem os motores do tipo P-6, mas quando o diesel for aplicado nesses motores - o que sĂł acontecerĂĄ a partir de 2012 - a emissĂŁo de poluentes cairĂĄ 70%.
Costa esclareceu ainda que a estatal vem investindo na construção de 12 unidades de tratamento de diesel em suas refinarias, que estarão prontas entre 2010 e 2011.
âAtĂ© lĂĄ, o diesel S-50 serĂĄ importado, o que impactarĂĄ na balança comercial da companhia, jĂĄ que o combustĂvel Ă© mais caro. E essa diferença de preços terĂĄ, sim, que ser repassado para o consumidor finalâ, reafirmou o diretor
O novo acordo prevĂȘ ainda que a partir de 2013 a petrolĂfera brasileira darĂĄ inĂcio a comercialização no paĂs do diesel S-10 (10 partes por milhĂŁo de enxofre). A previsĂŁo inicial era de que o combustĂvel com essa especificação sĂł começasse a ser introduzido no mercado a partir de 2016.
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