SÃO LUÍS - Antes de ser assassinato, na quarta-feira última, Joaquim Felipe de Sousa Neto, o Joaquim Laurixto, teria dito que estava sendo seguido. Pelo menos essa foi a revelação feita pelos companheiros de prisão do empresário, que prestaram depoimento ontem pela manhã ao delegado de Homicídios, Maymone Barros.
A execução de Joaquim Laurixto ocorreu na manhã de quarta-feira, por volta das 6h30, quando estava em frente à casa de seu irmão, na avenida Lourenço Vieira da Silva. Ele gozava de semiliberdade há cerca de dois meses e voltava para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas apenas à noite, ficando livre durante o dia para trabalhar. Os criminosos, provavelmente quatro homens em um Siena de cor escura, de acordo com testemunhas, “fecharam” o veículo do empresário e um deles desceu, efetuando pelo menos cinco tiros.
José Júlio, Israel Cruz (Fala Fina) e José Gerardo, os três arrolados no processo relacionado ao assassinato do delegado Stênio Mendonça, ocorrido em 1999, (José Gerardo foi condenado sob acusação de ter sido um dos mandantes do crime), prestaram depoimento na Penitenciária de Pedrinhas. Segundo Maymone Barros, as declarações dos três não trouxeram elementos novos às investigações. “Eles praticamente não quiseram falar absolutamente nada. Se reportaram apenas sobre a boa convivência com Laurixto na prisão e o fato de ele reclamar que estava sendo seguido. Mas não se sabe por quem”, afirmou o delegado.
Ontem, também surgiram rumores de que o empresário tinha se envolvido, na semana passada, em uma briga com José Gerardo e que isso poderia ter provocado a ira do ex-deputado. Durante depoimento, ontem, José Gerardo negou que essa briga tivesse existido e ratificou a sua boa convivência com a vítima.
LAUDOS
A polícia espera a conclusão dos laudos periciais para tentar delinear uma linha de investigação que possa chegar ao assassino de Joaquim Laurixto. Um dos laudos mais aguardados é sobre a arma 0.40, de uso exclusivo da Polícia Militar, encontrada na quinta-feira em posse de uma quadrilha especializada em roubo de carros de luxo e caminhonetes.
Essa arma, sob o número de registro SAY-18856 e tombo 036/07 PMMA, estava com Erinaldo Almeida Soeiro, de 27 anos, Gilvan Costa Silva, de 54 anos, e Renato Carvalho de Araújo, de 41 anos, em uma caminhonete Nissan Frontier preta, com placas dublê NHJ-2640, no bairro Jardim São Cristóvão.
Erinaldo, ex-presidiário, depois de ser preso, contou apenas que havia comprado a arma no bairro Fé em Deus, de um homem que se identificou apenas como Neguinho. “Ainda é muito cedo para falar, mas, pela localização onde essa arma foi apreendida, no bairro São Cristóvão, existe uma possibilidade de ter ligação com o assassinato. Se existir conexão, ótimo, temos uma linha a seguir. Caso contrário, trabalharemos na perícia de outras armas 0.40 que encontrarmos”, observou Barros.
SUSPEITOS
O delegado Maymone Barros declarou que uma das grandes dificuldades para a elucidação desse crime é que dezenas de pessoas queriam a morte de Laurixto, quer seja por algum tipo de vingança ou por queima de arquivo, a exemplo de outros integrantes do grupo envolvidos com o crime organizado no Maranhão, executados nos últimos 10 anos. A polícia também não descarta a possibilidade de Joaquim Laurixto ter sido morto por inimigos que ganhou durante o tempo em que esteve preso. “Se nós colocássemos o nome de todas as pessoas que queriam Laurixto morto, encheríamos facilmente um caderno de 48 folhas”, ilustrou o delegado.
Além disso, dificulta a escassez de informações obtidas até o momento. Seis pessoas já foram ouvidas na Delegacia de Homicídios: os três companheiros de prisão de Laurixto e três testemunhas. Estas teriam fornecido as características do criminoso para serem usadas na confecção de um retrato-falado, com ajuda da Polícia Federal. A polícia diz acreditar que muito provavelmente o autor dos tiros possa ser um homem branco com idade aproximada de 35 anos.
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