RIO DE JANEIRO - Um dos sete centros de pesquisa do mundo a desenvolver uma vacina contra a dengue, a multinacional Sanofi-Pasteur já conseguiu criar um modelo capaz de obter 100% de proteção contra os quatro subtipos da doença. A expectativa é que, no prazo máximo de três anos, o laboratório francês finalize os testes clínicos (em seres humanos) em mais de 15 mil voluntários de países como México, Vietnã e Filipinas. Uma vez comprovadas a eficácia e a segurança da vacina em humanos, o laboratório tentará a certificação junto às agências internacionais.
A vanguarda da Sanofi no desenvolvimento da vacina não esmorece pesquisadores brasileiros. “O fato de um laboratório estrangeiro lançar a vacina antes não inviabiliza a pesquisa nacional. No Brasil, Bio-Manguinhos (Rio) e Butantan (São Paulo) são os vendedores preferenciais do Ministério da Saúde. Normalmente, ganha o mercado quem oferecer o melhor preço e as melhores condições de produção”, diz Elena Caride Campos, da Bio-Manguinhos.
Pertencente à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Bio-Manguinhos anunciou para o próximo ano o início da segunda fase de testes com animais. “A maior dificuldade no desenvolvimento da vacina contra dengue é justamente o fato de ela ter que ser tetravalente. Ou seja, é preciso obter a mesma resposta imunológica para os quatro subtipos. Recentemente, obtivemos 100% de imunologia com os subtipos 1, 2, 3 e 4 isoladamente. O próximo passo é refazer os testes com os 4 ao mesmo tempo”, explica.
Antes de testar a vacina em voluntários humanos, o imunizante precisa ser aplicado em cobaias animais. Nesta etapa, cientistas avaliam a resposta imunológica do animal frente à introdução do próprio vírus em seu organismo. Em outras palavras, injeta-se a vacina no animal e, seis meses depois, o vírus. Se este não circular no animal, o resultado é considerado satisfatório.
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“O problema é que o homem é o único animal que adoece de dengue. Mesmo assim, essa fase da pesquisa é importante para avaliar se a cobaia desenvolve algum tipo de reação adversa ou efeito tóxico”, explica.
O Bio-Manguinhos não é o único a procurar a erradicação da doença. O Butantan já anunciou que, em 2010, terá condições de oferecer um modelo da vacina na rede pública.
A expectativa é que, até o fim do ano, dê início aos testes clínicos com brasileiros. “Os últimos estudos apontam que seriam necessárias pelo menos duas doses com intervalo de 6 meses para imunizar o paciente no verão”, calcula Elena. Desde janeiro, a dengue já fez 152 vítimas fatais no Rio. Outras 129 mortes estão sendo investigadas.
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