São Luís

Número de casos de dengue pode crescer

número de casos de dengue pode aumentar em São Luís neste primeiro semestre.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 13h35

SÃO LUÍS - O número de casos de dengue pode aumentar em São Luís neste primeiro semestre. O alerta é do coordenador do Programa de Combate à Dengue da Prefeitura de São Luís, Pedro Tavares. Segundo ele, a aproximação do período de estiagem e a greve dos agentes municipais de saúde que prestam assistência direta à população para prevenção da doença podem provocar aumento na incidência dos casos. Ano passado, houve 3.422 notificações na capital, sendo 106 do tipo hemorrágica e 21 mortos. De janeiro a maio deste ano, já foram notificados 862 ocorrências, seis de dengue hemorrágica e nenhum óbito.

Segundo Tavares, o aumento do número de casos é mais comum no período chuvoso, quando existem grandes intervalos entre as chuvas, pois as águas ficam empossadas em lixões, garrafas, pneus, calhas e lajes. Mas, como o período de chuvas no Maranhão foi intenso, a tendência é que, no mês de julho, quando as chuvas cessarem, multipliquem-se os locais propícios à reprodução do mosquito Aedes aegypti. “Com a paralisação das chuvas, as águas vão ficar acumuladas e o nosso receio é aumento da formação dos criadouros”, explicou o coordenador.

A greve dos agentes municipais de saúde foi iniciada dia 19 de maio. A categoria reivindica a certificação da categoria, aprovação da tabela de vencimentos que cria 90 vagas de emprego público de agentes de saúde e pagamento do aditivo no valor de R$ 589,00. Como protesto, os agentes reduziram a carga horária de trabalho para meio expediente. Isto prejudica a assistência direta à comunidade nas ações de prevenção. Na ficha de controle da casa de Maria das Dores Silva, 49 anos, moradora da Vila Palmeira, por exemplo, está marcado quase dois meses sem visita dos agentes. “Eles sempre passam aqui, mas ultimamente não tenho visto, eles vieram no dia 28 de abril e depois disso nunca mais”, disse.

Segundo Pedro Tavares, a re-dução da carga horária dos agentes de saúde representa um problema porque é no período da tarde que eles conseguem visitar um maior número de casas. “O expediente da tarde facilita o trabalho de visita das casas que estão fechadas pela manhã, logo esta redução de carga horária diminui nossa produção”, lamentou.

Mesmo prejudicando o trabalho de combate à dengue, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Controle de Endemias (Sintracema), Pedro Bastos, afirmou que a categoria continuará em greve e, se não houver acordo, os agentes vão paralisar totalmente suas atividades. Segundo o presidente, mesmo antes da redução da carga horária, o trabalho de prevenção da dengue estava prejudicado pelo déficit de 270 agentes e pela falta de material que eles utilizam nas visitas “Faltam bolsas, fichas, fardamento e larvicidas. O material que temos não é suficiente para a demanda”, denunciou Bastos.

Continua após a publicidade..

Endemia

De acordo com Pedro Tavares, apesar das condições favoráveis para o aumento do número de casos de dengue, não há possibilidade de uma endemia, pois a Semus, por meio do Programa de Combate à Dengue da Prefeitura, tem intensificado suas ações de combate ao mosquito. Segundo ele, desde março, os carros de nebulização espacial, conhecidos como ‘mata-mosquitos’, pulverizaram todo o município, priorizando bairros que apresentam maior número de casos de dengue notificados, como Coroadinho, Tirirical, Itaqui-bacanga, Bequimão, Centro, Vila Esperança e Cohab. São realizadas também campanhas educativas nas escolas e ações em parceria com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) para a limpeza e retirada de entulho e lixo volumoso dos bairros que possam servir de criadouros para o mosquito.

Este mês, os carros nebuliza-dores percorreram os bairros Cohatrac, Anjo da Guarda e Cidade Operária por causa dos arraiais, que atraem uma quantidade considerável de pessoas, fator que também favorece o aumento do número de casos de dengue, porque uma pessoa contaminada serve de hospedeira da doença e, se picada por outro mosquito, dará seqüência ao ciclo de contaminação.

Pedro Tavares alertou para que a população esteja atenta aos cuidados que deve tomar para evitar o acúmulo de água parada, pois as medidas de controle da Semus dependem da colaboração da população. “É importante que agora a população esteja consciente de que precisa cooperar com nosso trabalho”, ressaltou. Evitar o acúmulo de água sobre a laje, manter sacos de lixo bem fechados e fora do alcance de animais até o recolhimento pelo serviço da limpeza urbana e encher de areia até a borda os pratinhos dos vasos de planta são alguns dos cuidados.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.