Medicina Natural

Codoenses procuram remédios 'do mato'

A venda do popular ‘remédio do mato’ é comércio dos mais antigos em Codó.

Acélio Trindade, para o Imirante.

Atualizada em 27/03/2022 às 13h40

CODÓ - A venda do popular ‘remédio do mato’ é comércio dos mais antigos em Codó. Nas feiras livres, barracas abarrotadas de casca de pau, raízes, couros de animais silvestres, sementes e óleos são sempre presença garantida, assim como sua clientela.

CHOCALHO DE CASCAVEL

O comerciante Luís Lima, da feira da Francisco Bernardino, trabalha há mais de 12 anos nesse ramo, e se orgulha do que pode oferecer. “De óleo você pode encontrar aqui, óleo de dendê, óleo de galinha, óleo de copaíba, azeite de mamona, banha de bacuri, azeite doce, tudo isso nós temos aqui”, anuncia orgulhoso o vendedor que também tem disponível couro de jacaré, raposa, guaxinim, cobra jibóia e até de cascavel. Desta última, é possível comprar até o chocalho, totalmente medicinal, sustenta seu Luís. “O chocalho da cascavel o pessoal usa pra problema nos rins, pisa e, as vezes, coloca na cachaça e toma, as vezes faz um chá se tiver sentindo uma dor”, explicou.

Quem procura este tipo de medicação, claro, nunca chega por recomendação médica. Ou vai por indicação de alguém que já experimentou ou aparece para manter uma tradição da família, como é o caso da agente comunitária de saúde, Bernarda Costa. Ela aprendeu, com a mãe, que o óleo de copaíba cura qualquer ferimento. “Faz a limpeza no local que a gente precisa e aí passa o óleo em cima. Sempre ele cura, aprendi com a minha mãe que passava em mim e eu nunca esqueci. Estou dessa idade e sempre utilizo. Mas é preciso também ter fé, tendo fé até um copo de água cura”, frisou a agente de saúde.

TRADIÇÃO E EXPERIMENTO

Continua após a publicidade..

O que mantém este tipo de comércio em Codó, segundo quem vive dele, é a propaganda feita por quem experimentou e conseguiu o resultado esperado. É por isso que encontramos a dona de casa, Regina Brandão, a procura de sementes de ‘guargueja’. Disseram à ela que o chá da tal semente faz emagrecer. “Eu estou acreditando, não sei se vai fazer efeito. Vou tentar emagrecer, quero perder mais uns quatro quilos”, disse.

A aposentada Matinha da Cruz, 68 anos, é freguesa das mais antigas das barracas do remédio do mato. Gosta de curar gripes fortes nos netos e filhos com o xarope resultante de uma mistura que leva, entre outros ingredientes, casca de angico, aroeira, romã e sucupira. “Eu compro xarope para a criança que está tossindo muito, quando ta cansado venho aqui, ela me vende, aí eu para meus meninos e eles melhoram. Levo também para adulto, pra dor nos peitos, catarro serrado”, explicou a aposentada.

Apesar de toda a crença nos chás e misturas feitas com o remédio do mato, muitos são aqueles que não acreditam na eficácia destes. O lavrador, Antonio Silva Lima, nunca desenvolveu o hábito de freqüentar estas feiras. Acha arriscado por não haver comprovação científica do resultado. “Eu tenho medo de comprar e dar uma coisa errada. Prefiro ir ao médico, do médico vou até a farmácia”, disse o lavrador.

Saiba quem disputa as eleições em São Luís.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.