RIO DE JANEIRO - Quinze famílias que perderam suas casas com o desabamento do Edifício Palace 2, há dez anos, ainda vivem em um hotel no Rio. A filha da corretora de imóveis Marlane Pinheiro, 40, fez o check-in no hotel aos 4 anos e hoje, com 14, diz que não vê a hora de entregar as chaves do local. O irmão dela, João, 7, não sabe o que é morar em um lar próprio.
"Me lembro do primeiro dia que a gente veio para cá. Quando meu pai estacionou o carro, eu comecei a gritar, disse que queria ir para o meu quarto", diz Gabriela.
"Eu quero voltar a ter uma casa, a gente merece. Aqui, por mais que tenha cama, fogão, não deixa de ser um hotel. Toda hora tem pessoas que você não conhece entrando e saindo, também não dá para mobiliar", afirmou a mãe da jovem. O hotel é pago com a renda dos leilões de bens do ex-deputado e empresário Sérgio Naya, dono da construtora Sersan, que construiu o Palace 2.
O desabamento causou a morte de oito pessoas e, na ocasião, deixou 150 famílias desabrigadas. As vítimas ainda buscam indenizações. Desde o acidente, sete moradores do Palace 2 morreram, segundo a presidente da Associação das Vítimas, Rauliete Barbosa.
O caso de mais recente foi o do engenheiro e jornalista José 5º de Oliveira, 68. Um dos mais ativos integrantes da associação, ele morreu há um mês vítima de um aneurisma, doença que ele já havia tido quatro anos antes do desabamento.
"Mesmo doente, ele sempre lutou pelo Palace. Era muito envolvido, participava de tudo, fez viagens a Brasília. Fez tudo o que pode pelo Palace. Infelizmente, ele se foi, mas agora quero continuar a luta dele agora", conta a viúva de Oliveira, a empresária Célia Miranda, 64.
O casal, que na noite do desabamento tinha ido ao cinema assistir ao filme "Titanic", recebeu até hoje menos de 15% das devidas indenizações, afirma a empresária.
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