SÃO LUÍS - Mais de meio milhão de pessoas em São Luís estão sem água há dois dias. A suspensão no abastecimento foi provocada por rompimentos em dois trechos da adutora do Sistema Italuís, na BR-135. O problema aconteceu na semana em que a Companhia anunciou um aumento nas tarifas de água e esgoto.
De acordo com a companhia, o reajuste previsto para abril, deve variar entre 15,04 e 39,98%. Para justificar o aumento, a Caema alega que as contas de água estão sem reajuste desde novembro de 2004.
Para o Sindicato dos urbanitários, o aumento é abusivo, já que deste período até dezembro do ano passado a inflação medida pelo índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA) foi de 20,88%.
Para falar sobre o assunto, esteve na Rádio Mirante esta manhã o presidente da Caema, Rubem Brito. Ele falou da antigüidade do sitema Italuís e da falta de investimentos.
"Todos sabem que a adutora Italuís foi inaugurada em 1984 e de lá pra cá já se fazem 24 anos. Essa adutora tem um trecho de 30 quilômetros que passa pelo campo de perizes com ferro fundido e uma tubulação de 1m20cm. Ela foi assentada diretamente sobre o aterro e a salinidade, por causa da influência da maré, e as descargas elétricas, por causa dos fios de alta tensão, fizeram com que houvesse um processo de corrosão na tubulação e não houve investimentos de 90 pra cá para recuper", disse Rubem Brito.
Segundo Rubem Brito, por causa do envelhecimento da adutora, qualquer tentativa de aumentar a pressão na passagem da água causa o rompimento de algum trecho.
"Falta investimentos no local. Nós já temos estudos e temoa a proposta de mais de R$ 100 milhões para substituir a tubulação trecho. Resta fazer uma etapa que já estava na concepção original do Italuís que seria uma espécie de amplificador na Estiva. Um reservatório de 500 mil litros e de lá bombear", esclareceu o presidente da companhia.
Rubem Brito disse, ainda, que este não é um problema para ser resolvido a curto prazo.
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