BRASÍLIA - Com a expectativa de ter o número de casos de dengue reduzido nos primeiros meses do ano, depois de ter anunciado uma epidemia da doença em setembro, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou hoje (30), em entrevista a emissoras de rádio parceiras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que a campanha de combate à dengue será contínua a partir deste ano. Temporão afirmou que somente em março, o ministério terá condições de apresentar os primeiros números de casos da doença registrados em 2008.
“Eu sou contra campanhas espasmódicas. Algo como está chegando o verão, vamos mobilizar todo mundo. Não. Tem que ser o ano inteiro. O ministério vai manter ao longo de 2008 campanhas de mídia em relação à dengue. Porque só assim nós vamos, ao longo de cinco anos, de maneira sustentada, diminuir significativamente a incidência dessa doença”, disse o ministro.
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Temporão fez um apelo à sociedade para que receba em casa os agentes comunitários de saúde, porque, em sua avaliação, a ação preventiva desses profissionais é o aliado mais seguro no combate ao vetor da dengue, ou seja, o mosquito Aedes aegypti que transmite o vírus da doença. “Eu gostaria de fazer um apelo à população: eu tenho informações aqui de Brasília e de várias capitais, de que pessoas não permitem a entrada de agentes saúde em suas casas, talvez com medo de violência, de que seja um assalto e não uma ação de saúde. (...) E quando essas pessoas não permitem que o agente comunitário entre em suas residências, elas estão correndo um risco muito sério. Porque ele está ali para orientar, para mostrar onde existe o maior risco de acúmulo de água, onde o mosquito se reproduz, o que cria o foco na residência da pessoa, sem ela saber muitas vezes”.
Ao ser indagado sobre casos de dengue hemorrágica registrado nos primeiros dias de janeiro em Natal (RN) e também sobre casos de dengue neurológica, ambas formas mais graves da doença, Temporão lembrou que as formas graves ocorrem porque o mosquito se proliferou e causou, antes, os casos de dengue clássica. “Eu insisto. O mais eficiente é combater o mosquito e para isso precisamos levar informação a toda a sociedade. Precisamos que todos estejam mobilizados. Para essa doença, há dois remédios: primeiro, obras de saneamento ambiental; segundo, a mobilização permanente das pessoas, do empresariado, da Igreja, da mídia, de todos”, concluiu.
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