Análise: Novos notebooks têm preço baixo e configuração top

Atualizada em 27/03/2022 às 13h55

SÃO PAULO - Os notebooks estão cada vez mais acessíveis, e já se encontram modelos básicos por menos de R$ 2.000. A novidade é que os portáteis topo de linha também estão caindo de preço, e já há laptops com configurações ultra-sofisticadas, que antes não saíam por menos de R$ 6.000, à venda por cerca de R$ 3.000. É essa a promessa de dois novos modelos: o Positivo W98 e o CCE Win PD10, testados com exclusividade pelo Link.

Os dois micros são pequenos e relativamente leves. Mas, como você pode conferir observando as fichas técnicas deles, não economizam poder de fogo. Em suma: no papel, o Positivo e o CCE são supermáquinas, com preço atraente. E na prática?

SERÁ QUE AGORA VAI?

Nas décadas de 80 e 90, a marca CCE era motivo de piada: seus eletrônicos, muito mais baratos do que os concorrentes, tinham fama de quebrar facilmente – o que deu origem a gozações com o nome da marca. Talvez para driblar esse estigma, o notebook PD10 não traz o nome CCE escrito na tampa – só o nome do modelo, “Win”.

Ao ligar a máquina, a primeira impressão é boa. Além de ser widescreen (retangular), a tela é do tipo “glossy”, superbrilhante. E o touchpad, aquela plaquinha que desempenha a função de mouse, tem moldura de metal. São detalhes bacanas, que fazem o CCE parecer mais caro do que realmente é.

A máquina não é tão leve – 2,4 quilos –, mas seu formato bem retangular distribui o peso, o que torna o PD10 mais agradável de se carregar.

O grande problema está no teclado. Ele consegue ser, ao mesmo tempo, duro (pouco sensível) e frouxo (as teclas balançam durante a digitação). E não é do tipo ABNT-2, ou seja, adota padrões estranhos – o ponto de interrogação, por exemplo, é digitado com a mão esquerda. Mas o pior de tudo é que, com poucos minutos de uso, o teclado quebrou – a tecla “H”, bem no meio, caiu!

Provavelmente é um caso isolado, ou seja, que só afeta o laptop testado. Mas pegou mal – sobretudo considerando a reputação da CCE no quesito confiabilidade. Tirando isso, o PD10 é um bom notebook: é bem superior, no quesito tela e HD, ao laptop Dell de mesmo preço (o Latitude D520).

CABEÇA QUENTE

O outro portátil testado pelo Link é ainda mais ousado: branco e ultracompacto (tem o tamanho de uma revista), o Positivo W98 parece um cruzamento entre Apple e Sony. Adorável.

E seu hardware, ainda mais possante, realmente impressiona – dois chips de 1,7 GHz, 2 GB de memória RAM, 120 gigabytes de HD, webcam integrada... Tudo numa máquina pequena e elegante, por R$ 3.500.

O W98 não é pesado, mas é mais pesado do que parece. Um laptop com as suas dimensões pesa, em média, 1,5 quilo. Só que o Positivo tem 1,9 quilo.

O teclado também não é ABNT-2, e a bateria é meio fraca (como a do CCE, durou pouco mais de 1 hora no teste de uso extremo e 2 horas com uso suave). O W98 já vem com uma bateria extra.

Infelizmente, o Positivo exibe tendência ao superaquecimento. Se você usar toda a potência do processador (para converter um vídeo, por exemplo), a coisa fica feia.

Após dez minutos, os chips atingiram impressionantes 82 graus Celsius – aí, o Windows trava e o notebook não liga mais (só depois de meia hora esfriando). Esse problema aconteceu todas as vezes em que o laptop foi exigido.

Questionada, a Positivo enviou outra unidade para teste. Ela não travou, pois o chip não passou de 80 graus. Mas ficou assustadoramente perto: 79 graus. Isso permite concluir que o problema é estrutural – como o laptop é muito pequeno, tem dificuldade para refrigerar os chips. Por isso, o W98 deve ser encarado com ressalvas.

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