SÃO LUÍS - Apesar de ter sido concluído o inquérito que apura a morte do prefeito de Presidente Vargas, Raimundo Bartolomeu Aguiar, o Bertin, as investigações continuarão por mais 30 dias, até que tudo esteja esclarecido, segundo o delegado Joviano Furtado de Mendonça, da Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI). O relatório será enviado à Justiça do município de Itapecuru-Mirim, onde tramita o caso. O prazo final é segunda-feira, dia 7, mas é possível ainda hoje que o documento seja entregue ao juiz Lúcio Soares, da comarca de Itapecuru-Mirim.
“Ainda há pessoas a serem citadas”, observou o delegado Joviano. Ele disse que, quanto ao inquérito, prefere não tecer comentários, mas afirmou que dará prosseguimento ao caso, por meio de uma investigação complementar, que deve durar mais 30 dias, a contar do envio do relatório à Justiça. O inquérito, até o momento, possui três volumes com 666 páginas.
Até ontem, o juiz Lúcio Soares, titular da comarca de Itapecuru-Mirim, ainda não havia recebido o relatório, o que deve acontecer ainda hoje. O passo seguinte, segundo Soares, é abrir vistas para o Ministério Público, neste caso ao promotor Benedito Coroba, que analisará a documentação e decidirá se denuncia mais pessoas à Justiça ou se mantém a lista atual de envolvidos, os policiais militares José Evangelista Duarte Santos, Raimundo Nonato Gomes Salgado Benedito Manoel Martins Serrão, além do vereador Antônio Uchôa Frazão Filho, o Toni.
Em dois meses de investigação, a comissão de delegados conseguiu apontar três executores e um agenciador, mas não esclareceu quem mandou matar o prefeito. Foram indiciados no inquérito o policial militar José Evangelista Duarte Santos como o homem que atirou e matou o prefeito Bertin; Raimundo Nonato Gomes Salgado, apontado como o homem que atirou no secretário municipal de Presidente Vargas, Pedro Albuquerque, o Pedro Pote, que conseguiu sobreviver ao atentado; bem como o sargento PM Benedito Manoel Martins Serrão, apontado como o homem que deu cobertura aos resto do grupo.
O agenciador em questão, apontado no relatório que será encaminhado à Justiça, seria o vereador de Presidente Vargas, Antônio Uchôa Frazão Filho, o Toni. Ele, por sua vez, ao ser preso, negou qualquer envolvimento na morte do prefeito.
FALTA APURAR
Nesta semana, o superintendente da Polícia Civil do Interior, Joviano Furtado, a despeito do caso Bertin, afirmou que para o crime ter ocorrido “pode até haver mandantes, mas isso será esclarecido nos autos complementares”. Por esse raciocínio, entende-se que a polícia trabalha com esta hipótese baseado na eventual constatação de que houve um agenciador.
Fato que chamou a atenção, quando da prisão do vereador Antônio Uchôa Frazão Filho, foi um outro depoimento dele, ocorrido na quarta-feira, quando afirmou que recebia dinheiro do deputado Paulo Neto, assim como de outros vereadores, para que não houvesse oposição na Câmara daquele município. Tal fato foi revelado pelo edil ao depor em outro inquérito, que apura os desmandos financeiros da Prefeitura de Presidente Vargas.
O vereador disse ainda que o próprio Bertin levava dinheiro na casa de cada parlamentar e que Josivan Garreto, o Josa, irmão de Paulo Neto, também cumpriu essa tarefa em alguns momentos.
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