SÃO LUÍS - Funcionários da Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão (Caema) paralisam suas atividades hoje. Às 7h os grevistas estarão reunidos em frente à sede da empresa, no Centro. O Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários (STIU) decidiu pela greve em assembléia ocorrida sexta-feira última.
As reivindicações são: incorporação das horas extras dos funcionários que a cumprem há mais de 10 anos; revisão da tabela salarial em pelo menos 5% dos mais de mil servidores, cujos salários não foram revisados em maio deste ano; e plano de saúde para os novos funcionários. Esses três pontos são cobrados agora por causa do fim do prazo de 60 dias para o cumprimento das reivindicações estabelecidas no último acordo entre o STIU e a Caema. “Até agora eles não cumpriram o que prometeram e vivem dando desculpas para essa falta de compromisso”, afirma o presidente do sindicato, Fernando Antônio Pereira.
Segundo ele, assim que o STIU entrou em contato com a direção após o término do prazo a desculpa da empresa para não cumprir o acordo era a chegada do período eleitoral. “Nosso advogado checou a legislação e os comunicou que isso não impede nada. Eles devem responder às nossas exigências que vêm sendo negociadas desde 2005”, diz o presidente do STIU, ressaltando que agora a desculpa é a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Sabemos que tem impedimento para isso. Mas vamos analisar bem, quem sabe eles fazem a parte deles”, completa.
PRESSÃO
Tentando impedir qualquer ação mais drástica dos seus funcionários, como a manifestação em frente à sede e a proibição da entrada dos funcionários na empresa, a presidência da Caema, sob a direção de Bruno Mendonça desde abril deste ano, entrou com uma ação na 1º Vara do Trabalho de São Luís, pedindo o pagamento de multa de R$ 100,00 por dia para o STIU caso qualquer manifestação fosse feita. Dois membros da Comissão de Negociação também entraram com ações alegando calúnia e difamação por parte do STIU, pedindo então uma indenização de R$ 30 mil. “É um absurdo isso! Nós estamos sendo pressionados e acuados para não lutar por nossos direitos. Mas eles não estão conseguindo o efeito esperado”, afirma Fernando Pereira, contando que, no dia da assembléia, eles não fecharam os portões, mas os próprios funcionários aderiram e não quiseram entrar na empresa. “Não precisamos disso, é só analisar para vê quem está certo”, afirma o sindicalista.
Desde abril, quando aconteceu o primeiro indicativo de greve, a empresa cumpriu com alguns pontos da pauta de reivindicações. Foi concedido reajuste salarial e revisados valores de salário de alguns dos funcionários. Essa última questão é umas das que agora são mais cobradas, de acordo com o presidente do sindicato, já que revisaram salários de 218 funcionários. Destes, o aumento variou entre 10% e 35%. Agora falta a revisão salarial de mais de mil servidores.
O problema, segundo Fernando Pereira, é que as ações estão demorando a acontecer. “Eles se negam a cumprir e desfazem tudo que é decidido nas reuniões de negociação. Além disso, o fato da diretoria financeira da Caema não apresentar relatórios sobre a condição atual da empresa revolta os servidores”, afirma ele.
O sindicalista diz ainda que o presidente anterior da Caema, Eduardo Braide, falava que a empresa estava em plena recuperação e com saldo positivo, podendo pagar suas dívidas e agora, ao contrário, a direção da Caema diz que ela está quebrada e que por isso não pode honrar com os acordos.
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.