SÃO LUÍS - O governador José Reinaldo Tavares (PSB) vem comandando, há meses, uma verdadeira operação de guerra contra deputados que lhe fazem oposição na Assembléia Legislativa.
São sete os alvos preferenciais da artilharia governista: César Pires, Max Barros, Chico Gomes e Carlos Alberto Milhomem (todos do PFL); Joaquim Haickel e Teresa Murad (ambos do PSB) e Manoel Ribeiro (PTB). O objetivo é impedir a reeleição desses oposicionistas.
O ataque a adversários pelo governador José Reinaldo seria normal em época de campanha eleitoral, não fosse por um detalhe: o governo usa acintosamente o dinheiro público para criar embaraços a adversários.
Segundo contam os deputados, o governador tem assediado ostensivamente prefeitos que apóiam suas candidaturas. Oferece recursos e convênios em troca da retirada do apoio. Isso já aconteceu em Vargem Grande, Pio XII, Paraibano, Godofredo Viana e Estreito, entre vários outros municípios maranhenses.
Quando não consegue cooptar o prefeito, o governo simplesmente deixa o município a pão e água, fechando os cofres estaduais e sonegando a liberação até de recursos obrigatórios.
- Ele tem se recusado a ajudar o povo, negando apoio aos prefeitos ligados a nós - critica o líder da oposição, deputado César Pires, um dos mais perseguidos.
“Como resultado de sua malfadada estratégia, ele tem uma rejeição nunca vista na história política do Maranhão”, completa Pires, mostrando resultados e pesquisas feitas por seu grupo político em vários municípios.
Compra de votos
O resultado direto da operação governista para calar a oposição é o crescimento eleitoral estrondoso de candidatos inexpressivos e sem densidade que, de uma hora para outra, passaram a figurar na lista de prováveis mais votados nas eleições de outubro.
Entre estes, há parlamentares como o tucano Aderson Lago (PSDB), recém-convertido ao grupo controlado pelo governador, e o quarto suplente Afonso Manoel (PSB).
O fator anabolizante dessas candidaturas é sempre o mesmo: recursos públicos distribuídos a prefeituras do interior, em troca de apoio a candidatos que, em muitos casos, nem conhecem a cidade.
“O governador José Reinaldo está usando, principalmente, aqueles parlamentares que sempre fizeram oposição remunerada ao grupo Sarney para perseguir os que o próprio governador traiu”, analisou a deputada Teresa Murad.
Ela cita como “abençoados” por José Reinaldo o mesmo Aderson Lago e os pedetistas Julião Amin e Graça Paz, primeiros a “aderir” ao projeto de governo.
Embora a pressão governista esteja sendo cada vez maior, os oposicionistas continuam mantendo a mesma posição na Assembléia Legislativa. Prefeitos e lideranças políticas no interior também se mantém dentro da linha de lealdade, o que acaba irritando ainda mais o governador José Reinaldo.
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