TCE investiga contratos feitos no governo Rosinha Garotinho

AgĂȘncia Estado

Atualizada em 27/03/2022 Ă s 14h23

RIO - O Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) iniciou oficialmente nesta terça-feira uma devassa nos órgãos do governo fluminense envolvidos nas contrataçÔes suspeitas, pelo governo de Rosinha Garotinho (PMDB), de organizaçÔes não governamentais para suposta realização de serviços.

O plenĂĄrio do TCE acolheu voto do conselheiro Aluisio Gama de Souza determinando a investigação na Fundação Escola de Serviço PĂșblico (Fesp) e na Secretaria Estadual de SaĂșde (SES), devido Ă  dispensa de licitação em favor do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Cidadania (CBDDC), no valor de R$ 133.650.000,00.

Outro voto, do mesmo conselheiro, tambĂ©m aprovado ontem, determina que diversos integrantes e ex-integrantes da cĂșpula da administração prestem esclarecimentos sobre 103 processos de contrataçÔes semelhantes.

Na lista de notificados estĂŁo o secretĂĄrio de SaĂșde, Gilson Cantarino, os ex-secretĂĄrios Marcelo Itagiba (Segurança PĂșblica) e ClĂĄudio Mendonça (Educação) e o presidente da Fesp, Paulo SĂ©rgio Marques. O Fesp quer saber, entre outras coisas, por que a Fundação aceitou prestar determinados serviços a ĂłrgĂŁos do governo, mesmo sabendo nĂŁo estar qualificada para isso; por que alguns ĂłrgĂŁos estaduais, como a Academia de PolĂ­cia Sylvio Terra, nĂŁo foram consultados sobre terceirização de serviços que poderia prestar; o motivo da contratação de algumas ONGs sob argumento de "inquestionĂĄvel reputação Ă©tico-profissional", apesar de terem sido criadas pouco tempo antes da contratação e de prestarem serviços apenas Ă  Fesp. O caso Ă© examinado pelo TCE desde o ano passado, em procedimento de rotina do tribunal.

Nesta terça-feira, o governo fluminense nĂŁo cumpriu a promessa de oferecer elementos mais concretos para justificar a contratação sem licitação de 12 ONGs suspeitas por meio da fundação. Pelo menos trĂȘs das instituiçÔes tĂȘm dirigentes em comum com empresas que fizeram doaçÔes para a prĂ©-campanha de Anthony Garotinho - marido da governadora - Ă  PresidĂȘncia da RepĂșblica.

Na Ășltima sexta-feira, Marques, e secretĂĄrios estaduais tentaram explicar os contratos, feitos sem licitação, mas tiveram dificuldades de comprovar a efetiva prestação dos serviços. O CBDDC recebeu R$ 105 milhĂ”es em 2005 para, segundo Marques, elaborar um diagnĂłstico e propor sugestĂ”es para a rede hospitalar estadual.

Marques e o secretĂĄrio de SaĂșde, Gilson Cantarino, prometeram divulgar o estudo nesta terça-feira, mas nĂŁo o fizeram atĂ© o fim da tarde. Marques tambĂ©m havia prometido divulgar um cotejo de preços que, segundo ele, foi feito entre vĂĄrias instituiçÔes para a escolha das ONGs. Procurado pelo Estado, o presidente da Fesp nĂŁo foi encontrado. A assessoria de Cantarino informou que ele ainda reunia na terça-feira as informaçÔes sobre o trabalho da ONG.

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