RIO - Depois de quase quatro meses de funcionamento, a CPI dos Correios perdeu o fôlego. Há duas semanas não consegue reunir o número mínimo de integrantes para votar os mais de mil requerimentos apresentados e as investigações estão praticamente paralisadas pelo atraso na contratação de auditoria para decifrar os dados obtidos com a quebra de sigilo bancário e fiscal dos fundos de pensão de estatais e a intrincada movimentação financeira nas 75 contas do empresário Marcos Valério.
Sem apresentar resultados concretos e sob risco de acabar em pizza, a CPI transformou-se nos últimos dias em palco para intrigas e bate-boca entre governistas e oposicionistas. O alvo predileto é seu presidente, senador Delcídio Amaral (PT-MS). Com problemas no PT de seu Estado, ele simplesmente não esteve em Brasília por 13 dias, informou o jornal O Estado de S.Paulo. Resultado: a CPI deixou de tomar decisões e nem sequer há uma agenda oficial de depoimentos para esta semana.
"A CPI não está parada. O problema é que tem gente que só está a fim de holofote. É a bancada do holofote que mais reclama", reage Delcídio. "A CPI entrou numa fase mais investigativa e com as informações que temos haverá muitas novidades. Não há condições de transformar a CPI em pizza".
Ele faz mea-culpa e admite que imprimiu estilo "muito pessoal" à direção da CPI: "Às vezes as coisas não andam quando não estou". Repudia ainda a idéia de que se armou uma rede de intrigas entre os parlamentares da CPI: "Isso é frescura. É ciúme de quem quer aparecer mais". O fim dos trabalhos está marcado para 11 de dezembro, mas diante das dificuldades Delcídio diz que eles podem ser prorrogados até março, entrando pelo ano eleitoral.
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