Maior empresa de software nacional quer sociedade do BNDES para vender para Estados Unidos

Alana Gandra, AgĂȘncia Brasil

Atualizada em 27/03/2022 Ă s 14h52

RIO - A meta fixada pelo governo federal para que o setor de software nacional alcance exportaçÔes de US$ 2 bilhĂ”es por ano atĂ© 2008 foi a alavanca para a criação do NĂșcleo de Exportação de Tecnologia de Software (Nextpar). Maior holding do setor no Brasil, a Nextpar busca agora a participação acionĂĄria do Banco Nacional de Desenvolvimento EconĂŽmico e Social (BNDES) para viabilizar exportaçÔes para os Estados Unidos.

O presidente do Conselho da Nextpar, Neissan Monadjem, informou hoje Ă  AgĂȘncia Brasil que a holding jĂĄ entregou ao BNDES o plano de negĂłcios da sua entrada como sĂłcia no projeto de constituição de uma empresa nos Estados Unidos que irĂĄ concentrar o esforço de exportação de software para aquele mercado.

Monadjem esclareceu que a idéia é que o BNDES participe, no primeiro momento, como investidor da nova empresa. Na segunda etapa, depois de vencidos os primeiros desafios, a Nextpar poderå oferecer açÔes no mercado aberto.

Por influĂȘncia do banco, as empresas fundadoras do consĂłrcio Nextpar evoluĂ­ram para a formação de uma holding, que concentrarĂĄ o interesse de todos os sĂłcios e darĂĄ Ă  instituição um peso mais forte no mercado norte-americano. Das 10 empresas que iniciaram a composição da Nextpar, cinco jĂĄ incorporaram a holding. As demais tĂȘm atĂ© o dia 17 de março para exercer essa opção, sem pagamento de ĂĄgio na compra das açÔes.

A expectativa de Monadjem é de que a holding brasileira, por intermédio da empresa que serå criada nos Estados Unidos, responda em cinco anos por exportaçÔes superiores a US$ 200 milhÔes. Isso representarå 10% da receita projetada pelo governo para os embarques brasileiros do setor até 2008.

Atualmente, o Brasil exporta entre US$ 100 milhÔes e US$ 200 milhÔes por ano. "Como outros países jå conseguiram aumentos substanciais rapidamente, nós achamos que o Brasil pode também alcançar um aumento na exportação de software, se souber se posicionar bem no mercado comprador", disse Monadjem.

O setor de software foi incluĂ­do pelo governo federal entre suas ĂĄreas prioritĂĄrias. As conquistas feitas nesse campo pela Índia, que elevou a pauta de exportação para mais de U$10 bilhĂ”es anuais com softwares, podem servir de inspiração ao Brasil, acredita Monadjem. Ele disse, inclusive, que o Brasil pode atĂ© exceder esse nĂșmero, a mĂ©dio prazo, devido ao seu potencial.

Ele advertiu, porĂ©m, que para isso os produtores brasileiros devem buscar um nicho diferente das empresas indianas. "É o que a Nextpar estĂĄ buscando: agregar valor, colocando conhecimento de negĂłcios do Brasil no mercado bancĂĄrio americano", disse.

As cinco empresas que jå incorporaram sua participação na Nextpar geram cerca de 10 mil empregos. O faturamento anual das 10 empresas do grupo fundador da holding é de US$ 450 milhÔes, o que equivale hoje a R$ 1,3 bilhão. A fatia de exportação ainda é muito pequena, correspondendo a menos de 10% do faturamento, e a meta é elevar a venda externa.

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