KIEV- O líder da oposição ucraniana Viktor Yushchenko conquistou nesta segunda-feira uma vantagem imbatível na repetição da eleição presidencial no país e declarou-se vencedor do pleito, prometendo acabar com a corrupção e reformar a combalida economia da ex-república soviética.
Yushchenko prometeu iniciar uma nova era, alinhando a Ucrânia com a Europa central e ocidental e alimentando temores na vizinha Rússia de que retirará o país de sua esfera de influência em uma região que dominou por 300 anos.
Os dez anos de governo do presidente Leonid Kuchma foram marcados por privatizações duvidosas, pobreza e escândalos políticos como a inexplicada decapitação de um repórter investigativo, além de alegações de venda de armas para países párias.
- Por 14 anos fomos independentes. Agora nos tornamos livres - disse Yushchenko a simpatizantes reunidos durante a noite na Praça da Independência, em Kiev, onde aconteceram grandes protestos durante duas semanas contra as eleições fraudulentas da novembro. - O povo provou seu poder. Eles se rebelaram contra provavelmente o regime mais cínico do Leste da EuropaCom mais de 98% das urnas de domingo contabilizadas, a Comissão Eleitoral Central disse que Yushchenko tem quase 52% dos votos, contra pouco abaixo de 44% de seu adversário, o atual primeiro-ministro, Viktor Yanukovich, que tem apoio de Moscou.
Não há registro imediato de fraudes como as que marcaram a votação de 21 de novembro. Mas o grupo de Yanukovich falou sobre muitas irregularidades, levantando a possibilidade de desafios jurídicos.
A repetição do pleito foi determinada depois de a Suprema Corte do país ter aceito acusações de fraude envolvendo a eleição de 21 de novembro, ganha por Yanukovich.
O resultado de domingo sugere que Yushchenko, que teve o rosto desfigurado por envenenamento com dioxina que ele atribuiu a um jantar com os serviços de segurança, ganhou uma margem suficiente para realizar uma mudança geral nas principais instituições do país.
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