BRASÍLIA - O presidente Lula mandou hoje o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) acabar com a cobrança de juros maiores às empresas estrangeiras na hora de conceder financiamento.
A decisão contraria a política defendida pelo atual presidente do banco, Carlos Lessa, de apoio à indústria nacional.
Atualmente, as empresas nacionais levam vantagens com taxas menores nos financiamentos do BNDES. Elas pagam juros de 3% a 4,5% ao ano mais a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), hoje em 9,75% ao ano.
Já as empresas estrangeiras pagam juros adicionais de 4% a 5,5% ao ano sobre a TJLP.
O argumento do BNDES ao instituir essa diferenciação era de que as empresas estrangeiras tinham acesso a juros menores no exterior, ao contrário das brasileiras que estão limitadas pelo risco do país.
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) era contra essa discriminação nas regras do BNDES, pois afugentava investimentos estrangeiros no país.
Na prática, a decisão significa que as empresas estrangeiras terão juros iguais aos cobrados das empresas nacionais, ou seja, menores.
Em comunicado, o BNDES informa que a decisão tomada nesta noite foi feita "em caráter extraordinário" e atende à "determinação expressa" do presidente Lula, transmitida à diretoria do banco pelo ministro José Dirceu (Casa Civil).
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