SÃO PAULO - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bateu seu quarto recorde consecutivo ao fechar em alta de 0,61%, com o Índice Bovespa em 19.809 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 919 milhões. Com esse resultado, o Ibovespa passa a contabilizar valorização de 75,7% no acumulado do ano. O dólar comercial operou em alta durante quase todo o dia e acabou por fechar cotado a R$ 2,932 na compra e R$ 2,935 na venda, 0,47% acima do fechamento anterior.
C-BOND - O principal título da dívida externa brasileira fechou em alta de 0,25%, cotado a 96,62% do seu valor de face. Com isso, o papel atinge novo patamar inédito. O Global 40, segundo título brasileiro mais líquido, terminou o dia valendo 103% do seu preço, com valorização de 0,48%.
Os títulos da dívida externa brasileira vêm registrando forte demanda nos últimos dias, influenciados pelos sinais de recuperação econômica no Brasil e nos Estados Unidos. Com o cenário mais tranqüilo, aumenta o apetite dos investidores estrangeiros pelos mercados emergentes. Em conseqüência da alta dos títulos, o risco-país brasileiro recuou 0,18%, aos 542 pontos-base.
CÂMBIO - Profissionais do mercado afirmam que o Banco do Brasil voltou a se destacar na ponta de compra, pegando vários investidores de surpresa. A instituição, controlada pelo governo, comprou mais de US$ 150 milhões em pequenos lotes durante todo o dia, possivelmente em nome do Tesouro Nacional. Com isso, absorveu todos os recursos trazidos pelos exportadores. A tendência de alta teve uma leve aceleração no período da tarde, com a redução da liquidez e as primeiras notícias negativas sobre a votação da reforma previdenciária no Senado.
- O Banco do Brasil simplesmente não deixou o dólar cair, sinalizando que o Banco Central não quer o dólar abaixo de R$ 2,92. Muitos investidores apostavam que o cenário favorável e o fluxo positivo levariam a cotação a ceder. Como isso não aconteceu, houve um movimento de zeragem de posições. Foi um comportamento típico de um mercado de giro - disse um profissional de uma grande tesouraria bancária.
Na mínima do dia, o dólar chegou a exatos R$ 2,92 na ponta de venda (baixa de 0,03%). Apesar do aumento das dívidas externas privadas em dezembro, os investidores se mostram satisfeitos com o ritmo das captações externas. Ontem a Embratel anunciou captação de US$ 200 milhões. Hoje foi a vez do Itaú acenar com operação de US$ 105 milhões. Segundo analistas, boa parte dos US$ 2,2 bilhões que vencem em dezembro serão renegociados pelo setor privado.
As negociações em torno da votação da reforma da Previdência em primeiro turno no Senado foram acompanhadas de perto pelo mercado, mas os primeiros impasses tiveram influência limitada nas cotações. Parte do mercado acredita que um avanço da matéria no Congresso poderá incentivar as agências de classificação de risco a elevar o "rating" brasileiro. Esse é um dos motivos que mantêm o C-Bond em alta firme, derrubando também o risco-país.
BOVESPA - A bolsa paulista manteve o bom humor com o afrouxamento da política monetária e os sinais de crescimento econômico nos Estados Unidos. Um dos destaques do dia foi a notícia da alta de 8,2% do Produto Interno Bruto (PIB) americano no terceiro trimestre do ano, que ficou acima do esperado. No cenário interno, a boa notícia ficou com o saldo dos investimentos estrangeiros na bolsa, que ficou positivo em R$ 465 milhões nos primeiros 20 dias de novembro. No acumulado do ano, os ingressos chegam a R$ 5,9 bilhões.
Apesar do otimismo com fatores internos, as ações das empresas brasileiras operaram bastante atreladas ao mercado americano, cujo desempenho foi discreto. Os investidores também operaram bastante atentos à tentativa de votação da reforma da Previdência no Senado. Os desentendimentos entre os partidos chegaram a favorecer uma leve realização de lucros, à tarde, limitada a alguns minutos.
- O mercado se mantém bastante otimista e resiste à realização de lucros. Somente uma má notícia no cenário interno ou externo deve levar as ações a um ajuste - disse Luiz Roberto Monteiro, consultor de investimentos da corretora Souza Barros.
Telemar PN, principal ação da bolsa paulista, fechou em baixa de 0,24%. Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores altas foram de Vale do Rio Doce ON (+3,7%) e CSN ON (+3,6%). Já as quedas mais significativas do índice foram de Cesp PN (-4,3%) e Souza Cruz ON (-2,2%).
JUROS FUTUROS - As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa nos vencimentos mais negociados, com os investidores à espera de novos dados sobre a política monetária. O Depósito Interfinanceiro (DI) de julho, o mais líquido, terminou o dia em 16,16% ao ano, contra 16,23% do fechamento da véspera.
O mercado futuro aguarda a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para quinta-feira. Com o documento, os investidores buscarão detalhes sobre a motivação do comitê para reduzir a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, quando a expectativa era de um corte de 1 ponto. A surpresa com a queda da taxa provocou um forte ajuste no mercado de juros. O juro projetado para dezembro está hoje em 17% anuais, apontando expectativa de um corte de 0,5 ponto no final do ano.
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.