Esteróide THG está relacionado a tratamento para doença do útero

Reuters

Atualizada em 27/03/2022 às 15h13

REUTERS - A 'tetrahidrogestrinona' (THG) é um esteróide sintético sobre o qual não há literatura científica disponível, mas sabe-se que está relacionado à 'gestrinona', substância comercializada como remédio para tratamento da endometriose.

Esta doença, que afeta mulheres em idade reprodutiva, consiste no crescimento descontrolado, em forma de nódulos ou tumores benignos, do endométrio, a membrana mucosa que cobre o interior do útero.

Ainda se desconhece alguma possível eficácia do THG no tratamento da endometriose, assim como quais são seus efeitos colaterais quando usada como substância dopante, de acordo com a Agência Mundial Antidoping (AMA), que publicou um guia com questões chaves sobre o esteróide recém descoberto.

"A 'tetrahidrogestrinona' é um nor-esteróide 19 relacionado estruturalmente com a gestrinona, que é comercializada para o tratamento da endometriose (...). Neste ponto, a origem da THG é desconhecida. Acredita-se que é uma droga sintentizada quimicamente", resume a AMA.

"Não há literatura científica sobre a THG. É considerada uma nova entidade química", acrescenta o organismo internacional.

A falta de estudos impede "prever com exatidão os efeitos" da substância, mas a AMA lembra que "os efeitos colaterais freqüentes em alguns esteróides também poderiam ser aplicados à THG, entre eles a toxicidade no fígado, o excessivo crescimento capilar nas mulheres e a calvície e a esterilidade nos homens".

A Agência informa também que os laboratórios dedicados a análises antidoping terão a partir de 1 de janeiro de 2004 o procedimento harmonizado para testar amostras de urina, inclusive com efeito retroativo.

Os prazos de armazenamento mínimo dessas amostras variam em cada país e em cada federação.

Embora a AMA recomende que todas as mostras arquivadas voltem a ser testadas na busca da THG, "a decisão corresponde às federações internacionais e às agências nacionais antidoping".

A THG foi descoberta recentemente graças à denúncia anônima de um treinador. Entre os resultados positivos já confirmados figuram os atletas americanos Kevin Toths, Regina Jacobs e John McEwen e o britânico Dwain Chambers.

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