Coligação moverá ação contra Aderson e Rocha

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 15h28

A coligação “O Maranhão Segue em Frente” moverá ação judicial contra os deputados Aderson Lago e Roberto Rocha, ambos do PSDB, acusados de serem os autores da trama que resultou na apreensão, no dia 5 de outubro, de R$ 371 mil que seriam utilizados para custear despesas de campanha do então candidato e hoje governador reeleito José Reinaldo Tavares.

Segundo foi apurado, os dois parlamentares, àquela altura já haviam aderido à campanha de Jackson Lago, da “Frente Trabalhista”, tramaram a operação a fim de prejudicar a campanha de José Reinaldo.

A apreensão dos R$ 371 mil foi motivada por uma denúncia feita por Roberto Rocha ao procurador da República, Nicolao Dino, por volta das 23h40 do dia 4. Segundo relatou Rocha ao procurador, que naquela noite participava de uma festa familiar, uma aeronave fretada pela coligação “O Maranhão Segue em Frente” transportaria na manhã seguinte urnas eletrônicas que serviriam para fraudar a eleição. Na ocasião da denúncia, Roberto Rocha estaria acompanhado do então candidato ao governo pela “Frente Trabalhista”, Jackson Lago, do advogado Luiz Eugênio Scarpino, do deputado federal Neiva Moreira e do vereador Haroldo Sabóia.

Quantia - Logo após a apreensão do avião e da quantia que seria transportada por uma equipe da Polícia Federal, no aeroporto Hugo da Cunha Machado, um matutino local publicou uma edição extra, cuja foto de capa exibia o dinheiro, e emissoras de rádio ligadas à “Frente Trabalhista” começaram a anunciar o fato. Em seu depoimento, Roberto Rocha disse ter recebido informações de que a aeronave, de prefixo PTKV, pertencente à empresa FAN, já havia aterrissado nos municípios de Caxias, Codó, Timon e Pastos Bons, depois de fazer escala em Teresina, capital do Piauí.

Roberto Rocha afirmou ainda ao superintendente da Polícia Federal, Augusto Serra Pinto, que a pessoa encarregada de entregar o dinheiro, o coronel Orlando Pantoja, da reserva remunerada do Exército, a quem apontou como parente do secretário de José Reinaldo Tavares, Carlos Brandão, seria beneficiário de uma aposentadoria pelo fato de ter trabalhado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O militar contestou a acusação e provou que a mesma não procedia.

Um forte aparato da Polícia Federal foi destacado para executar a operação no aeroporto. O próprio superintendente da PF, Serra Pinto, acabou constatando que a denúncia formulada por Rocha ao procurador Nicolao Dino não procedia, pois ao invés das urnas eletrônicas foram encontrados somente os R$ 371 mil, dinheiro que estava incluso na declaração de gastos de campanha de José Reinaldo. A quantia seria utilizada para o pagamento de advogados e para custear outras atividades lícitas no dia do pleito.

Devido às dimensões dadas ao fato, chegou-se a suspeitar da participação do superintendente da PF, Serra Pinto, na trama. Um dos agentes da PF chegou a posar para fotografias ao lado das cédulas apreendidas.

EXPLICAÇÃO – Para esclarecer os fatos, o próprio José Reinaldo Tavares procurou, na tarde do dia 5, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Jamil Gedeon, para apresentar sua versão e pedir providência contra os autores da denúncia, na opinião dele infundada, pela “Frente Trabalhista”.

Em seu depoimento à PF, o deputado estadual Aderson Lago reforçou as denúncias formuladas por Rocha, chegando a afirmar que dois analistas de sistemas vindos de Brasília teriam desembarcado em São Luís de posse de equipamentos eletrônicos que seriam usados para fraudar as eleições.

A formulação da ação ficará a cargo dos advogados Fábio Rodrigues e Fabiano Rodrigues, que deverão dar entrada no processo na Justiça, nos próximos dias.

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