O deputado federal reeleito João Castelo (PSDB) falou ontem pela primeira vez, em entrevista concedida a um programa de TV local, sobre a renúncia de Roberto Rocha (PSDB) à sua candidatura ao Governo do Estado. Castelo disse que a atitude foi tomada precipitadamente, sem consultar as bases políticas do partido, e terminou prejudicando os candidatos política e financeiramente.
Uma semana antes das eleições do dia 6 de outubro, Roberto Rocha retirou sua candidatura da disputa pelo Governo do Estado para apoiar o candidato do PDT, Jackson Lago, e provocou uma crise no ninho tucano. A iniciativa do deputado teve o apoio declarado apenas de duas lideranças do PSDB: Aderson Lago e Sebastião Madeira.
Na ocasião, João Castelo, o maior concentrador de votos do partido no Maranhão, deu demonstrações de que tal atitude não tinha sentido e nem teria êxito, mas preferiu silenciar, passando ao público a impressão de que estava neutro. Mas ontem ele resolveu falar sobre o assunto e não poupou críticas à fracassada renúncia.
Rompendo o silêncio, João Castelo disse que nunca foi consultado sobre a renúncia de Roberto Rocha, apesar de ser o grande carro-chefe dos comícios do PSDB. Deputado reeleito com mais de 100 mil votos, o tucano lamenta “o erro gritante de Roberto Rocha” e revela que no segundo turno dará palanque ao candidato José Serra.
Futuro – Para João Castelo, que teve de cancelar milhões de impressos que traziam a candidatura majoritária por causa da renúncia, Roberto Rocha tomou uma atitude isolada e comprometeu inclusive o seu futuro político. Depois de abertas as urnas, percebeu-se o tamanho do prejuízo. “Se tivesse me consultado, teria orientado para não renunciar e manter a candidatura”, disse.
Em Balsas, maior base política de Rocha, o candidato do PFL, José Reinaldo Tavares, terminou derrotando o aliado do tucano, Jackson Lago. Como se não bastasse, os 6 pontos percentuais do deputado, segundo os institutos de pesquisa Ibope e Econométria, fizeram falta para levar a disputa para o segundo turno. Além disso, o irmão de Roberto, o Rochinha, não conseguiu se eleger a deputado federal.
Votos – Com os 6% de Roberto Rocha em jogo, Jackson não precisaria correr atrás da validade dos votos do candidato do PSB, Ricardo Murad, que teve seu registro cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e levaria tranqüilamente a disputa para o segundo turno.
Questionado sobre seus projetos políticos para 2004, João Castelo revelou que é candidato à Prefeitura de São Luís. Disse que a capital do Maranhão é muito mal administrada e que sua intenção é mudar esse quadro. Na eleição passada, Castelo ficou em segundo lugar, perdendo justamente para o ex-prefeito de São Luís.
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