Garotinho a Lula: "Partido não vai ficar em cima do muro"

O Globo

Atualizada em 27/03/2022 às 15h28

BRASÍLIA - O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve nesta quinta-feira na sede do PSB em Brasília, onde foi montado um verdadeiro comitê recepção. Além do presidente do PSB, Miguel Arraes, e do ex-governador Anthony Garotinho, estavam esperando por Lula o senador eleito no Distrito Federal, Cristovam Buarque, prefeito licenciado de Aracaju, Marcelo Deda, e o governador eleito em Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB). Como Alagoas foi o único estado que Lula perdeu para adversário tucano, José Serra, no primeiro turno, Lessa disse que vai propor ao petista que intensifique sua campanha do estado.

O PSB formalizou então o apoio à candidatura de Lula no segundo turno, após uma reunião que durou mais de três horas, em Brasília. Ao fechar questão, o PSB decidiu que punirá os dissidentes que apoiarem José Serra no segundo turno. Hoje a direção do PSB se reúne no Rio de Janeiro para definir as ações de campanha.

Ao lado do ex-governador Anthony Garotinho, o candidato do PT disse esperar que o PSB participe do comando do seu campanha. Lula afirmou que gostaria que a aliança não ficasse apenas no apoio. Ele ainda convidou o Garotinho para participar de alguns de seus comícios.

- Vamos preparar o Garotinho para ir com a gente em comícios. Temos problemas regionais, mas, na maioria das vezes, prevalece o trabalho irmão. Nossa relação com o PSB é uma relação irmã - disse.

Já Garotinho disse que não haverá “faz de conta” por parte do PSB, garantindo que o partido vai trabalhar de fato pela eleição de Lula.

- Nosso partido não vai fazer faz de conta, não vai fingir que está na sua campanha. Não vamos ficar em cima do muro, nem entregar voto nulo ou tomar uma decisão dupla. Vamos cerrar fileiras com você. Há algumas dificuldades regionais, no Rio e em outros estados, mas sua campanha é importante para livrar o Brasil desse governo.

Apesar de levantar a mão de Lula prometer engajamento total na campanha, Garotinho não deixou de dar umas alfinetas sobre a situação no Rio de Janeiro. Ele lembrou que em 1994 o PT pregou o voto nulo no Rio de Janeiro quando ele era candidato ao governo do estado. Lula, por sua vez, procurou amenizar as provocações de Garotinho, afirmando que em 1994, no segundo turno, ele participara de um comício do ex-governador. Lula disse ainda que ele e Garotinho estiveram juntos nas eleições de 1989, 1994 e 1998. Mas, nesse momento, Garotinho interrompeu e disse:

- Em 1994 não, porque, em 1994, em votei no Brizola.

Em outro momento de descontração, Lula disse que o PT terá o maior número de mulheres na Câmara e no Senado.

- E o PSB o maior número de governadoras - emendou a Garotinho, referindo-se a Rosinha Matheus e à ainda candidata Vilma Farias, do Rio Grande do Norte.

Ao ressaltar a importância da união das esquerdas, Lula disse que tinha certeza que a esquerda estaria unida fosse quem fosse o candidato de oposição escolhido para o segundo turno. Ele afirmou que 76% dos eleitores mostraram que querem uma mudança para o país e destacou seu antigo relacionamento com o presidente do PSB, Miguel Arraes.

Sobre os cinco pontos que o partido inclui como forma de acordo com PT, entre eles a questão do salário-mínimo, Lula disse que a pauta apresentada pelo PSB é muito parecido com o programa petista.

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