RIO - As tradicionais linhas de crédito dos bancos para antecipação da segunda parcela do décimo terceiro salário chegaram um mês mais cedo este ano. Instituições financeiras como Bradesco, Caixa Econômica Federal, BBV, Banespa e Banco do Brasil já estão oferecendo empréstimos de até 80% do salário a juros que variam entre 3,18% e 4,5% ao mês. Na maioria dos casos, o crédito é restrito a clientes que recebem o salário em conta de cada instituição.
A grande vantagem para os trabalhadores é que esse tipo de crédito oferece em geral taxas menos salgadas do que, por exemplo, as do empréstimo pessoal das financeiras. De acordo com números da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), elas estavam em 12,15% ao mês em agosto.
Mas, antes de optar pelo adiantamento do décimo terceiro salário, o trabalhador deve informar-se sobre as taxas cobradas no crédito direto ao consumidor oferecido pelos bancos. Em agosto, a média praticada era de 4,36% ao mês. O adiantamento só vale a pena se a taxa estiver abaixo desse percentual.
Condições diferentes - As condições das linhas variam de banco para banco. As taxas mais competitivas são as do Banespa, que cobra 3,18% ao mês pelo empréstimo. Porém, ele só antecipa até 40% do salário líquido do trabalhador.
- Em compensação, a liberação de recursos é imediata e o empréstimo pode ser pago até 20 de dezembro. Entretanto, só podem solicitar o crédito trabalhadores que recebam salário através do banco - explica Márcio Linardi, diretor de produtos de empréstimo para pessoa física do Grupo Santander/Banespa.
Ele conta que o banco percebeu um crescimento de 15% na demanda por este tipo de produto. O Banco BBV também resolveu adiantar os empréstimos este ano para atender a procura dos clientes. Segundo Márcio Marchesi, diretor de promoção de negócios de pessoa física do BBV, a instituição financia até 80% do salário bruto dos trabalhadores. Entretanto, para conseguir o empréstimo, além de pagar 3,5% ao mês, é preciso ainda desembolsar R$ 25 para pagar a tarifa de abertura de crédito.
No Banco do Brasil, o percentual emprestado também é alto: até 70% do salário líquido creditado no banco. Mas, ao contrário das demais instituições, o pagamento da dívida é feito mês a mês, o que exige planejamento por parte do trabalhador.
- O débito é feito automaticamente na conta e é necessário que o empregador também tenha vínculo com o banco - diz Francisca Matos, gerente-executiva de varejo do BB.
O Bradesco é uma das poucas instituições que abriu crédito para clientes que não recebem salário pelo banco. Ele antecipa até 70% do 13º, mas os que têm vencimentos creditados em conta pagam uma taxa de 3,4%. Já os demais clientes, precisam pagar 4,5% ao mês. Como o BBV, o Bradesco também cobra uma taxa de abertura de crédito de R$ 19,80, mas nesse caso, o valor pode ser financiado.
Linardi, do Santander, desaconselha esse tipo de linha de crédito para quem pensa em usar os recursos para pagar compras à vista, por exemplo.
- O juro não compensa o sacrifício. Só vale a pena se for para quitar um débito no cartão, por exemplo, que cobra taxas mensais bem mais elevadas, em torno de 10%.
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