Dois grandes nomes da música mundial farão shows hoje em São Luís. O sambista Paulinho da Viola será atração no Aterro do Bacanga, às 19h, enquanto o músico Habibe Koité, tocará na praça Nauro Machado, às 22h. Os artistas não estarão sozinhos no palco. No Aterro, também cantarão Mano Borges e Rosa Reis. Já na praça, se apresentarão Giordano Mochel, Gabriel Melônio e Boi Unidos de Santa Fé.
Os shows integram a programação do Festival Internacional de Música de São Luís, que acontece até domingo, dia 15, em vários espaços da cidade e que já apresentou nomes como João Bosco, Rita, Ribeiro, Moraes Moreira, Nando Cordel, Orquestra Banatul (Romênia), Kenny Brown (EUA), Tribo de Jah, Mystical Roots, entre outros.
Paulinho da Viola, que cantará acompanhado por uma banda de oito músicos, é um dos grandes nomes do cancioneiro popular brasileiro de todos os tempos. A música é um dom natural, estimulado desde a infância, quando acompanhava rodas de samba ao lado do pai, o violonista e chorão César Faria, do conjunto Época de Ouro. E o aprendizado foi perfeito. O artista consegue, ao mesmo tempo, ser um excelente instrumentista, um compositor genial e um sensível poeta, tanto que figura entre os músicos da primeira linha da MPB.
Conhecido por gravar em seus discos nomes às vezes esquecidos do samba - como Silas de Oliveira e Wilson Batista – Paulinho compõe sambas e choros com inovações melódicas e harmônicas. É autor de sambas que viraram hinos de escolas, caso de Foi um Rio que Passou em minha Vida e Sei Lá, Mangueira.
O repertório do artista inclui clássicos do gênero, entre os quais Onde a Dor não Tem Razão (parceira com Elton Medeiros), Coisas do Mundo, Minha Nega, Argumento, Guardei Minha Viola, Coração Leviano e Dança da Solidão, sucesso na voz de Marisa Monte.
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Música de primeira qualidade. E como canta o próprio sambista na letra de Coisas do Mundo, Minha Nega: “Hoje eu vim, minha nega/ Andar contigo no espaço/ tentar fazer em teus braços um samba puro de amor/ Sem melodia ou palavra para não perder o valor”.
Habibe Koité está no Brasil para cumprir um roteiro de shows em cidades como São Paulo. A apresentação em São Luís, a convite da Aliança Francesa, também comemora os 40 anos da instituição. O músico sul-africano, considerado um dos maiores representantes da world music na atualidade, toca em São Luís acompanhado por uma banda de cinco instrumentistas.
Nascido em 1958, é de uma família de “griots”, casta tradicional de músicos/historiadores que passam de pai para filho a herança cultural de Mali. O artista acabou influenciado pelo blues, soul music e rock’n’roll. A primeira banda foi a Bamada, com a qual apresentou diversos concertos pela África.
Na primeira visita à França, no início dos anos 90, recebeu o Prêmio Descoberta, da radio France Internacionale. O feito rendeu um CD, Muso Ko, e a primeira turnê européia. O artista participou de diversos festivais, incluindo Montreaux, World Roots Festival e Palé Nylon.
O segundo CD foi gravado em 98, Ma Ya, sendo distribuído no ano seguinte nos Estados Unidos, onde alcançou o primeiro lugar, por 20 semanas, na New World Music Chart. De lá para cá, foram mais dois CDs e muitas criticas elogiosas da imprensa mundial. “A sua fama de guitarrista ficou quase mítica. Ele combina as técnicas clássicas e roqueiras com um toque do Mali que faz a sua guitarra soar como uma kora”, define texto publicado pelo New York Times. Então, é só se programar e apreciar a boa música do mundo.
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