MP faz campanha contra venda de cytotec em Santa Inês

Grande parte dos adolescentes usa o remédio para prática de aborto.

Atualizada em 27/03/2022 às 15h04

SÃO LUÍS - O Ministério Público Estadual inicia nesta sexta-feira (28) uma campanha contra a prática do aborto em Santa Inês e a venda clandestina do medicamento Cytotec.

A maioria dos casos registrados nos hospitais da cidade é de adolescentes que usam o remédio, vendido ilegalmente em farmácias, para interromper a gravidez. Um único hospital do município atende por semana em média quatro mulheres que recorrem à unidade de saúde para fazer a curetagem depois de provocarem o aborto em casa.

A campanha terá início com a palestra do diretor do Hospital Tomaz Martins, o médico Robson Mangussi, que acontece às 8h30, no Espaço Show. Ele vai mostrar os riscos da prática do aborto para vida da mulher e os prejuízos que causa ao Sistema Único de Saúde (SUS). A paciente recorre ao hospital para fazer a curetagem quando já está com hemorragia porque usou o Cytotec.

Participam da palestra diretores, professores e estudantes, com idade a partir dos 15 anos, de 25 escolas públicas e particulares da cidade.

Foram convidados também representantes de associações de bairros, lideranças comunitárias e religiosas. O evento será promovido pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Cidadão e a Secretaria Municipal de Saúde de Santa Inês.

Segundo a promotora de justiça Araceles Lima Ribeiro muitas adolescentes da cidade estão praticando o aborto como método para impedir gravidez. Durante a palestra o médico Robson Mangussi abordará também sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e métodos de prevenção. A promotora afirmou que o aborto é um problema de saúde pública, pois além de causar despesas aos hospitais é responsável pela morte de muitas mulheres.

Araceles Ribeiro disse que foram convocados para o evento 52 farmacêuticos responsáveis técnicos de farmácias e drogarias da cidade e os donos desses estabelecimentos. O objetivo é alertá-los sobre as penalidades aplicadas àqueles que comercializam o cytotec clandestinamente. Se continuarem as vendas os responsáveis serão punidos. De acordo com a legislação, o proprietário do estabelecimento será autuado, multado e poderá perder o alvará de funcionamento e venda de produtos psicotrópicos, além de responder por crime.

A campanha terá continuidade com outras ações educativas e prevê também a fiscalização para coibir a venda do cytotec, além da punição dos responsáveis pela comercialização clandestina do medicamento. Uma portaria do Ministério da Saúde há quatro anos proíbe a venda desse remédio em farmácias. Só é permitida a compra para uso hospitalar, mas o produto é repassado ilegalmente e vendido ilegalmente nas farmácias e drogarias. O remédio era destinado ao tratamento de úlcera, mas passou a ser utilizado em larga escala para provocar o aborto, quando inserido na vagina.

Com as informações a Assessoria do Ministério Público Estadual.

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