Na Raposa

VÍDEO: moradores da Cumbique reclamam de erosão e poluição do mangue causadas pela construção de condomínio na Grande São Luís

De acordo com os moradores, a situação teve início há dois anos e se agravou com o início do período chuvoso.

Imirante.com

Atualizada em 11/03/2024 às 10h17

RAPOSA - Há dois anos, o cotidiano dos moradores do bairro Cumbique, situado no município de Raposa, na Região Metropolitana de São Luís, tornou-se um verdadeiro desafio. A comunidade se viu praticamente ilhada em suas próprias residências devido a uma enorme cratera que se formou em frente às suas casas.

Segundo os moradores, o pesadelo começou com a construção de um condomínio nas proximidades, quando uma obra para instalar um sistema de esgoto resultou na abertura de um buraco que bloqueou um dos acessos ao bairro. Desde então, as condições pioraram sempre que chove, com a erosão se agravando, e a água da chuva escorrendo com força pelo canal aberto pela construtora.

“O prejuízo está grande. Nós estamos com o carro na garagem, sem poder sair de casa, há quase dois anos por causa dessas crateras”, diz o pescador Raimundo de Lima.

Vídeos feitos pelos moradores mostram a destruição causada pela água da chuva misturada com o barro, que se transforma em lama e vai sendo arrastado para o bairro, acumulando no mangue, principal fonte de sustento da comunidade, que depende da agricultura familiar e da venda de peixes e mariscos.

A situação se agravou ao ponto de a chuva levar embora o asfalto e bloquear a entrada do mangue, impactando diretamente a vida dos pescadores locais. Diante do caso, os moradores denunciaram a situação ao Ministério Público, buscando uma solução para o problema.

Lama descendo da construção do empreendimento. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Para conseguirem trabalhar e acessar o porto, a comunidade tem recorrido ao quintal de um morador, mas alertam para os prejuízos causados ao ecossistema do mangue e à sua fonte de renda principal.

“Antigamente, os barcos entravam aqui de maré baixa. Hoje em dia, eles não entram mais, pois a cada chuva que dá piora a situação aqui dos pescadores, porque está cheio de barro. Daqui eu tiro o meu camarão, o meu sururu e o meu caranguejo, e a maioria desses mariscos é que abastece São Luís”, conta o pescador Wilton de Jesus Neves.

Diante de tantos desafios, a população tem se mobilizado para evitar que a situação piore e que o mangue, essencial para sua sobrevivência, seja ainda mais afetado.

Ruas próximas à construção estão intrafegáveis. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Em nota ao Imirante.com, a construtora Canopus, responsável pelo construção do condomínio, informou que o o empreendimento Village Pôr do Sol possui todos os seus projetos aprovados pelas autoridades competentes. 

Leia a íntegra da nota:

“O empreendimento Village Pôr do Sol possui todos os seus projetos aprovados pelas autoridades competentes. A drenagem do trecho externo ao condomínio consistirá em um benefício para a comunidade, pois durante o período chuvoso o solo das estradas da região tem sido naturalmente conduzido para o ponto mais baixo, uma vez que não há pavimentação asfáltica no local. A tubulação levará somente a água das chuvas e conterá dispositivos que garantirão a preservação ambiental. Sobre o emissário tratado, este terá encaminhamento para o lado oposto, através de um sistema eficiente e com a observância de todos os parâmetros legais.”

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