Cultura

Pinheiro será cenário de Festival de Tambor de Crioula

Mais de 20 grupos estarão no festejo, que começa às 6h desta sexta e vai até as 7h de sábado.

Alternativo / O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h38

SÃO LUÍS - Exaltar a consciência negra e valorizar uma das mais expressivas manifestações da cultura popular do Maranhão são as principais razões para a realização do Festival de Tambor de Crioula 13 de Maio, todos os anos no bairro Sete, em Pinheiro, que reúne mais de 20 grupos de vários municípios maranhenses. Este ano, a festa tem início às 6h, de amanhã, e vai até as 7h de sábado

A festa que faz parte do calendário cultural da cidade de Pinheiros ocorre há 14 anos dando continuidade a uma reunião informal de grupos de tambor, que teve início há mais de 40 anos, por idealização de José Martins Soares, o “Zé Macaco”. Ele, que já é falecido, tinha costume de reunir grupos da manifestação cultural para que pudessem se conhecer durante apresentações. Hoje, a festa é organizada por Gilmar Amorim e Doegnes Soares, filhos de “Zé Macaco”, e foi transformada em festival, para dar mais visibilidade a tradição do tambor de crioula. “Foi uma forma que encontramos de homenagear a memória do idealizador do evento e, também, de promover a confraternização dos grupos”, destaca Gilmar Amorim.

Com uma expectativa de público de mais de 15 mil pessoas, o encontro de grupos de tambor de crioula é um evento que mobiliza toda a cidade de Pinheiro e, também, dos municípios próximos. Dos participantes, grupos do povoado Santa Rita de Bequimão, e dos municípios São Bento, Bacurituba, São Vicente Férrer, Palmeirândia, Cajari, Mirinzal, Turilândia, Santa Helena e Alcântara. “O festival chama atenção por trazer a essência do tambor de crioula. Eles preservam a tradição”, define Gilmar Amorim.

Segundo Gilmar Amorim, apesar de a festa ser uma tradição familiar, o evento é ponto de partida para fortalecer a tradição dos grupos de tambor de crioula no Maranhão. “A intenção do nosso pai, na época, era fortalecer os grupos que estavam se desfazendo. Hoje em dia, com os grupos fortalecidos, nós nos reunimos para brincar a cultura popular e mostrar ao mundo um pouco da riqueza popular do Maranhão”, observa.

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Para Doegnes Soares, o festival não é apenas para a valorização da manifestação popular mas serve também como uma forma de exaltar a presença do negro na sociedade que, apesar de vivermos em um estado mestiço, ainda é alvo de muito preconceito. “Hoje em dia, aspectos culturais da cultura do negro já são mais valorizados, mas o negro ainda sofre todos os dias com muito preconceito”, avalia.

Programação

A festa, realizada durante todo o dia, é iniciada às 6h com uma alvorada de fogos, seguida por apresentações de grupos de tambor de crioula de jovens aprendizes. A partir das 18h, é recitada a ladainha em homenagem ao tambor de crioula. Depois, são montadas rodas de capoeira e realizadas apresentações de cacuriá. Às 20h, será lido um histórico da festa, da cultura maranhense e feito um discurso sobre a importância do negro em sociedade.

Os grupos de tambor começam a se apresentar por volta das 21h e cada um terá 40 minutos para concluir a apresentação. O encerramento da festa será às 7h com uma roda única de tambor que terá a participação de todos os grupos. “É uma roda de tambor muito bonita e todos os grupos, desde o primeiro que se apresenta fica esperando para o grande encerramento”, frisa Gilmar Amorim.

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