Conflito no Oriente Médio

Israel aprova acordo de paz com Hamas, e cessar-fogo deve começar em até 24 horas

Guerra na Faixa de Gaza está oficialmente encerrada após dois anos de conflitos.

Imirante, com informações do g1

Atualizada em 09/10/2025 às 21h54
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. (Amos Ben Gershom)

TEL AVIV (ISRAEL) - Em uma decisão histórica, o governo de Israel aprovou nesta quinta-feira (9) um acordo de cessar-fogo com o grupo palestino Hamas, encerrando oficialmente dois anos de guerra na Faixa de Gaza. A medida foi ratificada após uma longa reunião de gabinete liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que declarou que o país está próximo de alcançar um dos principais objetivos do conflito: o retorno dos reféns israelenses ainda em poder do Hamas.

O acordo, mediado por Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, prevê que o cessar-fogo entre em vigor dentro de 24 horas. Após o recuo inicial das tropas israelenses, o Hamas terá um prazo de 72 horas para libertar todos os reféns — vivos ou mortos — que permanecem em Gaza. Segundo estimativas do governo israelense, ainda há 48 reféns, dos quais apenas 20 estariam vivos.

Durante a reunião, houve resistência de membros da extrema-direita do governo israelense, como os ministros Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, que votaram contra o acordo. Ben-Gvir chegou a ameaçar derrubar o governo caso o Hamas não fosse desmantelado. Apesar das tensões internas, o plano foi aprovado e marca o início de uma nova fase diplomática entre os dois lados.

O Exército israelense já iniciou os preparativos operacionais para a retirada parcial das tropas, que devem recuar para uma linha intermediária dentro de Gaza. Atualmente, Israel controla cerca de 70% do território, mas após o recuo, esse domínio deve cair para 53%, com saída dos principais centros urbanos. A retirada completa dependerá da formação de uma força internacional de estabilização, proposta pelos Estados Unidos.

Além da libertação dos reféns, o acordo inclui a troca por centenas de prisioneiros palestinos detidos por Israel. A lista ainda está em negociação, com o Hamas exigindo a soltura de figuras proeminentes e de mulheres e crianças. Enquanto isso, cerca de 150 caminhões com ajuda humanitária aguardam autorização para entrar em Gaza, onde milhares de civis vivem em condições precárias após intensos bombardeios.

Apesar do avanço diplomático, especialistas alertam que o acordo ainda enfrenta obstáculos. A governança futura da Faixa de Gaza, o desarmamento do Hamas e a manutenção da zona-tampão por Israel são pontos sensíveis que podem comprometer a implementação total do plano. Ainda assim, o anúncio foi recebido com celebrações em Tel Aviv e Gaza, sinalizando esperança de uma paz duradoura após anos de conflito sangrento.

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