SÃO PAULO - A operação militar contra Israel lançada neste sábado (7) pelo Hamas - em que dezenas de palestinos se infiltraram no país a partir da Faixa de Gaza - representa "uma colossal falha de inteligência".
A análise é do correspondente de segurança da BBC News Frank Gardner.
"O país possui uma das redes de inteligência mais extensas e sofisticadas do Oriente Médio e tem informantes em grupos militantes não apenas nos territórios palestinos, mas também no Líbano, na Síria e em outros locais", escreve ele.
Segundo o correspondente, no passado, essa rede de inteligência foi capaz de assassinar líderes militantes com ataques precisos de drones ou mesmo com armadilhas em celulares. "Hoje, no final de um feriado judaico, essa rede parece ter sido apanhada dormindo ao volante."
Representantes do governo de Israel disseram a Gardner que uma investigação já está em andamento para descobrir como o sistema de inteligência do país não foi capaz de antecipar o ataque coordenado do Hamas.
Segundo o correspondente, "é pouco provável que os homens armados do Hamas que se infiltraram no sul de Israel permaneçam em liberdade por muito tempo".
"Eles serão mortos ou capturados pelas Forças de Defesa de Israel, ou sairão por conta própria do território", antevê ele.
"A situação mais complicada envolve os israelenses supostamente mantidos como reféns pelo Hamas e possivelmente levados para Gaza."
"Israel tem duas opções: montar uma missão especial de resgate ou esperar e negociar." "Ambas estão repletas de riscos."
Oficiais capturados - O vice-chefe do braço político do Hamas, Saleh al-Arouri, afirmou ter capturado "oficiais de alto escalão" do exército de Israel. Ele disse ao canal árabe Al Jazeera que "o que temos em nossas mãos libertará todos os prisioneiros" em Israel - uma referência aparente aos palestinos detidos nas prisões israelenses.
"Nós capturamos oficiais de alto escalão do exército de ocupação", declarou.
"Há muitos palestinos mortos e muitos israelenses mortos, além de prisioneiros, e a batalha ainda está em seu auge."
Arouri disse que o Hamas estava pronto para enfrentar uma incursão terrestre israelense na Faixa de Gaza, que ele descreveu como "o melhor cenário para nós resolvermos o conflito contra o inimigo".
Nenhuma dessas afirmações pode ser verificada de forma independente pela BBC neste momento, e as autoridades israelenses não comentaram nenhum dos múltiplos relatórios de sequestros.
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