PARIS – Na manhã desta quarta-feira (7), homens encapuzados atacaram a redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo, em Paris. Segundo testemunhas citadas por uma fonte policial, durante a ação os homens gritaram “vingamos o profeta”. O mais recente balanço oficial, aponta que o ataque matou 12 pessoas e 20 pessoas ficaram feridas.
Uma fonte divulgou que o crime aconteceu por volta das 11h30 (horário local), quando dois homens armados com um fuzil automático kalashnikov e um lança-foguetes entraram na sede do jornal, que fica no 11º bairro de Paris. No local, ocorreu uma troca de tiros com as forças de segurança. Durante a fuga, os dois homens feriram um policial a tiro. Logo depois, abordaram um motorista que transitava no local e tomaram o veículo e, na fuga, atropelaram uma pessoa.
Um dos ocupantes do edifício se refugiou no telhado e filmou um vídeo (veja o vídeo) no qual se ouve uma voz de homem gritar “Allahu Akbar” (Alá é grande), entre o som de vários disparos.
Segundo fontes oficiais, entre os mortos estão dois policiais e 10 funcionários da revista. De acordo com fontes judiciais ouvidas pela France Presse, quatro importantes cartunistas franceses foram mortos no ataque: Wolinski, Charb, Cabu e Tignous.
Veja o vídeo que mostra o momento que um policial é assassinado pelos terroristas.
A agência Reuters afirmou que, segundo a polícia local, outras 10 pessoas ficaram feridas, tendo cinco em estado grave.
A polícia ainda não tem a confirmação sobre o número de suspeitos envolvidos no crime. Segundo as autoridades, os criminosos estão sendo procurados e são perigosos.
Já o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, disse que três suspeitos são procurados.
O porta-voz do sindicato dos policiais local, Rocco Contento, disse a jornalistas que três suspeitos fugiram em um carro dirigido por um quarto homem. O veículo teria seguido no sentido de Port de Pantin, onde o veículo foi abandonado e os suspeitos roubaram um segundo carro, no qual continuaram fugindo.
Polêmicas
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Em 2006, o jornal Charlie Hebdo tornou-se conhecido quando republicou charges do profeta Maomé, inicialmente publicados no diário dinamarquês Jyllands-Posten e que provocaram forte polêmica em vários países muçulmanos.
Em 2011, a sede do semanário foi destruída num incêndio de origem criminosa depois da publicação de um número especial sobre a vitória do partido islamita Ennahda na Tunísia, no qual o profeta Maomé era o “redator principal”.
"Atentado terrorista"
Segundo o presidente francês, François Hollande, o ataque foi um “atentado terrorista” de “extrema barbárie”.
Ainda segundo Hollande, a França “sabia que estava sob ameaça, como outros países do mundo”, e que nas últimas semanas as autoridades desmontaram planos de ataques terroristas no país.
Tais ameaças, de acordo com o presidente, existem porque a França é “um país de liberdade” e que “ninguém pode pensar que pode agir na França contra os valores da República”.
François Hollande convocou uma reunião de crise para as 15h (horário local). O gabinete do primeiro-ministro, Manuel Valls, anunciou que o nível de alerta na região de Paris foi elevado para o máximo, designado “alerta de atentado”.
O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, também se pronunciou sobre o atentado. Stephen enviou uma mensagem pelo Twitter, dizendo-se “horrorizado pelos ataques bárbaros na França”.
O chefe de governo canadense afirmou que seus pensamentos e preces estão voltados para as vítimas do ataque e seus parentes.
Em outubro do ano passado, o Canadá também foi alvo de atentados. Um deles foi na sede do Parlamento, em Ottawa, capital do país, invadida por um extremista islâmico. Na ocasião, um militar que fazia a guarda do Memorial Nacional à Guerra, nas proximidades do Parlamento, foi morto pelo autor do ataque.
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