KIEV - Os dois candidatos na controversa eleição presidencial da Ucrânia vão se reunir nesta sexta-feira com o presidente Leonid Kuchma e líderes mundiais que viajaram para o país na tentativa de mediar uma saída para a crise política. O presidente da Polônia, Aleksander Kwasniewski, o chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, e o presidente do Parlamento russo, Boris Gryzlov, vão participar. Enquanto isso, os protestos recrudesceram, com multidões bloqueando prédios do governo.
Solana reuniu-se com o líder da oposição, Viktor Yushchenko, e deveria encontrar-se com o primeiro-ministro Viktor Yanukovich, em separado. Depois, segundo a CNN, os dois candidatos estarão juntos à mesa de negociações.
- Não há dúvida de que vamos encontrar uma solução que possa satisfazer os dois lados do conflito - disse a porta-voz da presidência da Ucrânia, Olena Hromnytska, a repórteres.
Antes de negociar, Yanukovich, que foi o vencedor do pleito de domingo, segundo resultados que a oposição e observadores internacionais não aceitaram, pediu aos partidários que impeçam seus rivais de empreender um golpe contra a Constituição.
- Caros amigos, juntos temos que fazer tudo para que não aconteça na Ucrânia um golpe constitucional - disse Yanukovich, a 5 mil simpatizantes reunidos numa praça junto à estação de trens de Kiev. - Acredito na nossa força. Acredito na lei.
Neste sábado, o Parlamento da Ucrânia deve realizar uma sessão de emergência para discutir a crise. O porta-voz do legislativo Ihor Storozhuk contou que todas as facções, exceto o Partido das Regiões do primeiro-ministro Viktor Yanukovich, concordaram em realizar uma sessão neste sábado, às 12h (horário local, 8h no horário de Brasília). Storozhuk disse que a agenda vai incluir o adiamento da posse de Yanukovich, depois que a Corte Suprema proibiu a publicação dos resultados oficiais da eleição.
Os protestos contra os resultados mantiveram dezenas de milhares de pessoas nas ruas de em Kiev pelo quinto dia consecutivo. Manifestantes bloquearam a entrada no prédio do governo. Vários edifícios públicos foram cercados pelos seguidores da oposição.
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