TABA, Egito - Pesa sobre a organização terrorista Al-Qaeda, de Osama bin Laden, a maior carga das suspeitas nas investigações do primeiro grande atentado no Egito em sete anos e o pior contra israelenses no exterior desde o ataque a um hotel no Quênia, em 2002. Dezenas de pessoas morreram quando carros-bomba explodiram em três localidades turísticas da Península do Sinai, para onde milhares de viajantes israelenses haviam se dirigido, aproveitando um feriado judeu e ignorando alertas das autoridades. A contagem oficial de mortos está em 31, mas estima-se que 30 pessoas estejam desaparecidas. A nacionalidade das vítimas ainda está sendo verificada. Pelo menos 19 eram isralenses, seis eram egípcios e um era russo.
O ataque mais grave ocorreu no Hotel Hilton Taba, onde investigadores acreditam que um caminhão-bomba tenha causado a explosão que fez desabarem dez andares de uma das alas do prédio. O caminhão foi lançado contra o lobby do hotel. Pouco depois, um terrorista suicida detonou explosivos junto à piscina. Pelo menos 24 corpos já foram retirados do local e calcula-se que 30 pessoas estejam sob escombros.
Dois carros-bomba também explodiram em áreas de camping no balneário de Ras al-Sultan e no vilarejo de Tarabeen, perto de Nueiba. Duas pessoas morreram. Os dois pontos são freqüentados por mochileiros, e investigadores suspeitam que as explosões tenham sido prematuras. Segundo o jornal israelense "Haaretz", as forças de segurança do Egito tinham informações de que terroristas planejavam atacar três hotéis no Sinai.
De acordo com o "Haaretz", fontes israelenses lidavam com quatro diferentes pistas que apontavam para o risco de atentados no Sinai. Três estavam relacionadas a radicais palestinos. Uma delas, a organizações terroristas internacionais.
Na manhã desta sexta-feira, autoridades israelenses pareciam não ter dúvidas.
- Não é o tipo de ataque que conhecemos de organizações terroristas palestinas - disse o vice-ministro da Defesa, Zeev Boim.
O ataque, segundo ele, parece ter sido obra de "grupos internacionais como a Al-Qaeda ou ramificações dela".
Dois grupos extremistas islâmicos assumiram a autoria do atentado. As Brigadas Islâmicas Tawhid disseram-se responsáveis pelas explosões nos três balneários. Um outro grupo, o obscuro Grupo Islamista Mundial, afirou que explodira o Hilton Taba.
Em reação aos atentados, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disse que ele e o presidente do Egito, Hosni Mubarak, haviam concordado em "concentrar forças e esforços para combater o terror". Sharon disse num comunicado que falou com o presidente Mubarak depois dos atentados de quinta-feira, para agradecer ao Egito a retirada dos mortos e feridos.
"O terrorismo é a principal ameaça ao mundo livre e tem que ser combatido conjuntamente onde quer que ataque", disse Sharon na mensagem.
O Egito foi o primeiro país árabe a assinar acordo de paz com Israel, mas as relações entre eles foram abaladas desde o início do levante palestino em 2000. Israel tomou o Sinai do Egito em 1997 e devolveu em obediência ao acordo de paz de 1979.
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