Sem consentimento

'Ele disse que faria um exame e me fez um aborto', conta mulher enganada por prefeito no MA

Em entrevista ao g1 Maranhão, a vítima conta que sofreu um aborto sem consentimento realizado pelo ex-namorado, atual prefeito de Carolina.

Imirante, com informações do g1 MA

Atualizada em 08/05/2023 às 14h11
Rafaela Maria disse que se sentiu humilhada por Erivelton Teixeira, após aborto sem consentimento. (Foto: Montagem/g1)

MARANHÃO - Rafaela Maria, de 34 anos, conta que foi vítima de um aborto sem consentimento realizado pelo médico Erivelton Teixeira (PL), que atualmente é prefeito do município de Carolina, no interior do Maranhão. 

Segundo a vítima, Erivelton disse que faria um exame com um aparelho de ultrassonografia portátil. Em vez disso, ele realizou um procedimento de curetagem. "Me senti um lixo, destroçada, me senti humilhada e enganada. Cheguei a sentir raiva de mim mesma por ter confiado nele e fiquei muito mal", disse Rafaela. 

O médico também é acusado pela Polícia Civil e o Ministério Público do Tocantins em um processo que investiga o aborto ocorrido em um motel de Augustinópolis, no Bico do Papagaio, em 2017.

Na denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) aceita pela Justiça do Tocantins, consta que o atual prefeito mantinha um relacionamento com a vítima. Ao g1, Rafaela contou como foi a relação entre eles.

"Iniciamos o relacionamento em 2010 e ficamos durante três anos. Foi quando eu descobri que ele era casado, então me separei dele. Depois de um tempo, conheci outra pessoa e, quando nos separamos, Erivelton voltou a entrar em contato comigo e aí foi quando reatamos. Terminamos novamente quando ele fez o aborto em mim."

Outro réu no crime é Lindomar da Silva Nascimento (PL), atualmente vereador em Carolina. Na época, ele trabalhava como motorista de Erivelton. Segundo o inquérito policial, Lindomar mediava as conversas entre Rafaela e Erivelton, além de ter ajudado na execução do procedimento. 

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No último dia 20 de abril, o juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, da 2º Escrivania de Augustinópolis, aceitou a denúncia. Os suspeitos vão responder pelo crime de provocar aborto sem o consentimento da gestante. A pena pode variar de três a dez anos de prisão.

Atualmente, Rafaela mora fora do país como medida de segurança. "Erivelton foi reeleito mesmo depois da história sair em alguns lugares. Eu sempre saí como a mentirosa e oportunista. Agora eu moro fora do país porque, no Brasil, eu já não estava segura."

Leia a história completa no g1.

Entenda 

De acordo com as investigações, no dia 2 de março de 2017, Erivelton Teixeira Neves, que é médico de formação, levou a vítima, com quem manteve um relacionamento amoroso por três anos, para um motel localizado em Augustinópolis. No local, após constatar que a vítima estava grávida, ele iniciou um procedimento com medicação intravenosa para que a mulher perdesse a consciência e realizou uma curetagem sem o consentimento da vítima.

Após o procedimento, Erivelton Teixeira Neves teve o auxílio do seu então motorista Lindomar Nascimento para deixar a vítima em casa.

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