Meio ambiente

Lançada campanha de combate ao tráfico de animais selvagens

Objetivo é "conscientizar e engajar sociedade como aliada no combate ao tráfico de animais".

Maurício Araya/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h02

SÃO LUÍS – O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) lançou, na semana passada, uma campanha de combate ao tráfico de animais selvagens. A campanha foi oficialmente iniciada nesse domingo (29), "Dia de Conscientização", em diversas capitais brasileiras. O objetivo da campanha, que terá duração de um ano, é "conscientizar e engajar a sociedade como aliada no combate ao tráfico de animais". As atividades se concentrarão em parques, shoppings, praças e zoológicos.

O crime, segundo o CFMV, é a terceira maior atividade clandestina no mundo e movimenta cerca de R$ 2,5 bilhões por ano no Brasil. De acordo com dados da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Selvagens (Renctas), 38 milhões de animais são retirados da natureza todo ano, o que equivale a 400 animais por dia.

O conselheiro federal e professor universitário Nordman Wall Barbosa de Carvalho Filho ressalta a necessidade da campanha. "É importante, primeiro, para que se possa conscientizar a população de que criar animais silvestres é crime, e, segundo, é importante para que, com isso, a população diminua a busca por esses animais, o que vai diminuir o nosso tráfico de animais silvestre, preservando a natureza", disse em entrevista à reportagem do Imirante na manhã desta segunda-feira (30).

O Maranhão é rota do tráfico de animais silvestres. Somente em 2013, foram apreendidos mais de 250 animais da fauna do cerrado maranhense, como em Balsas, no extremo sul do Maranhão, onde as autoridades reforçaram a fiscalização para tentar impedir que espécies capturadas em áreas de proteção ambiental sejam levadas para outros Estados e até para outros países. "A rota do tráfico de animais silvestres passa pelo sul do Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia e Mato Grosso", completa o conselheiro federal.

Reabilitação

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No Brasil, os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) são responsáveis por receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar animais silvestres. Além disso, são considerados importantes aliados às ações de repressão ao tráfico por fornecer informações relativas aos animais silvestres apreendidos ou oriundos de entregas voluntárias.

O analista ambiental do Ibama em São Luís, Roberto Veloso Júnior esclarece que os Cetas funcionam, ainda, como uma espécie de unidades de reabilitação dos animais selvagens. "Os centros de triagem ou reabilitação de animais silvestres têm a função de servir como um grande braço da fiscalização. Então, os agentes fiscalizadores, em suas ações, fazem a prisão e apreensão dos animais, que tem que ser encaminhados para serem tratados. Eles não podem ser soltos imediatamente. Eles têm que passar por uma triagem mínima e, aí sim, um laudo vai informar se esses animais podem, ou não, retornar à natureza", explica.

Denúncias

As denúncias sobre o tráfico de animais silvestres, conforme explanou o analista ambiental do Ibama ao Imirante, devem ser baseadas na captura e venda de animais. As informações podem ser repassadas à Linha-Verde do Ibama, pelo telefone 0800-61-8080 (ligação gratuita), e à Polícia Militar, pelo telefone (98) 3249-9154.

Dúvidas podem ser tiradas com a Superintendência do Ibama em São Luís, pelo telefone (98) 3244-3133. A sede da superintendência na capital maranhense fica localizada na avenida dos Holandeses, quadra 33, lotes 17 e 18, bairro Quintas do Calhau. Endereços e telefones de outros escritórios do Ibama no Maranhão podem ser encontrados na página eletrônica do instituto na internet.

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