SÃO JOSÉ DE RIBAMAR - Mais de 50 mil pessoas se reuniram ontem, durante todo o dia, na cidade balneária de São José de Ribamar, para participar do tradicional Lava-Bois, festa que encerra o período junino na ilha de São Luís. No ano em que completou 57 anos de existência, o encontro de bois mostrou por que resiste há tanto tempo. No meio da rua ou em frente à igreja matriz, as pessoas comungavam a alegria do São João com suas matracas e pandeirões.
Um dos primeiros grupos a se apresentar foi o batalhão pesado da Maioba. As pessoas cantavam as toadas e acompanhavam o amo do boi com suas matracas. Para o professor Emerson Pereira, que há 10 anos acompanha a festa, o Lava-Bois é uma exaltação à cultura popular do estado. “Esta comunhão dos grupos de bumba-meu-boi é a força que leva para frente esse encontro. Todo ano ficamos na expectativa, e agora só temos de agradecer a Deus por esta maravilha”, salientou o professor.
Depois da Maioba, foi a vez do boi de Miritiua fazer sua apresentação e arrastar os mais eufóricos para perto do carro de som. O estudante Rafael Pereira, brincante do boi, participou pela primeira vez do encontro e estava encantado com a grandiosidade do festejo. “Não pensava que fosse assim. Estou gostando muito e quero voltar no ano que vem”, afirmou.
Um dos pontos altos da festa foi a chegada do Boi do Mar, de São José de Ribamar. O grupo do sotaque de matraca animou o público presente com sua indumentária diferenciada. Com a temática marinha, o batalhão apresentou suas índias sereias e seus vaqueiros pescadores. “É dessa forma que nós homenageamos os moradores desta cidade que tem a pesca como uma das suas principais atividades econômicas. Para nós, é gratificante ver esse povo acompanhando a nossa trupiada”, ressaltou Zé Maria Garcês, que há 10 anos é um dos caboclos de pena do grupo.
Já ao anoitecer, o Boi Tremor da Campina, seguido pelo Boi de Ribamar, arrastou uma multidão até o Parque Municipal do Folclore Therezinha Jansen, onde a festa foi encerrada deixando um sentimento de saudade entre os brincantes.
Segurança - Para garantir a alegria entre os foliões, a organização do evento montou um forte esquema de segurança que teve 150 seguranças privados contratados pela Prefeitura Municipal, além de 300 homens da Polícia Militar e integrantes do Corpo de Bombeiros. “Estamos preparados para atender a quaisquer emergências. Temos uma ambulância, uma viatura de socorro e emergência e outra de combate a incêndio. Mas felizmente nada de grave aconteceu”, garantiu o major Paulo César, do Corpo de Bombeiros.
Para o secretário-adjunto de Cultura, Esporte e Lazer do município, Jô Viana, a festa vem crescendo a cada ano e a Prefeitura tem investido muito para que os cidadãos ribamarenses e todos os visitantes sintam-se bem acolhidos ao longo do encontro.
“O prefeito Luís Fernando não mediu esforço para apresentar uma das maiores e mais importantes festas populares do Maranhão”, frisou Viana.
História - O Lava-Bois, segundo os moradores mais antigos da cidade, teve início em 1953, a partir de um ritual promovido por boieiros que foram pagar promessa a São José de Ribamar. Registros do Centro de Cultura da Cidade mostram que nos primeiros anos tanto grupos do sotaque de orquestra quanto de matraca participavam do evento, mas com o passar do tempo o Lava-Bois foi sendo protagonizado apenas pelos grupos de matraca de todo o estado.
O nome passou a ser usado depois de 19 anos de festejo, fazendo relação com o Lava-Pratos, festa que agita a cidade balneária no período pós-Carnaval.
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