SÃO LUÍS - O Maranhão foi destaque na Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, realizada de 16 a 20 últimos, na Concha Acústica de Brasília. Com um público de 150 mil pessoas, o maior evento do gênero na América Latina teve 650 empreendimentos de agricultores familiares, artesãos, pescadores, quilombolas, comunidades indígenas, pescadores artesanais, ribeirinhos, extrativistas e assentados da reforma agrária de todo o Brasil, que comercializaram 750 toneladas de produtos. O volume de vendas alcançou R$ 19 milhões.
Os maranhenses participaram com farinha de mandioca, goma de tapioca, mel de abelha nativa sem ferrão (abelha tiúba), mesocarpo, bombons, biscoitos, óleo, azeite e sabonete de coco babaçu, artesanatos de fibra de bananeira, buriti e babaçu, madeira, cerâmica e flores tropicais e rizomas. Também aproveitaram para fazer contatos comerciais, interagir com outros agricultores familiares e conhecer os novos produtos e técnicas utilizadas nas outras regiões do Brasil.
“A cada ano nós observamos que os expositores estão se superando na melhoria dos produtos, no acabamento, nas embalagens, na organização dos empreendimentos, aproveitando as feiras para trocar experiências e aumentando a comercialização da sua produção. Os estados também estão se envolvendo mais, selecionando o melhor da sua produção para expôr na feira”, disse a engenheira agronôma Leida Souza, chefe do Departamento de Feiras e Exposições da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário (Sedagro), que esteve com outros técnicos da instituição na coordenação estadual da delegação maranhense, juntamente com técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima) e da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp).
Talentos
A Cooperativa dos Artesãos dos Lençois Maranhenses de Barreirinhas (Artecoop), que produz acessórios, como bolsas e chapéus com as fibras do buriti e do babaçu, foi destaque no espaço Talentos do Brasil, uma seleção do melhor da moda artesanal feita em todo o país, catalogada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A Artcoop tem participado de semanas de moda nacionais e internacionais.
Os estandes do Maranhão, localizados no pavilhão do Nordeste, apresentaram a produção de 16 associações e cooperativas: as Associações de Desenvolvimento de Vassoural dos Agricultores de Mojó, dos Produtores Artesanais de São João dos Pilões, das Quebradeiras de Coco Babaçu de Itapecuru (Uniões dos Clubes de Mães), dos Moradores da Vila União, das Mulheres de Itamatatiua (comunidade quilombola de Alcântara), Comunitária dos Artesões Codoenses, Buriti Arte, dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado Sidom B (em Buriti Bravo) além da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza (Amavida).
Também participaram as Cooperativas de Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco, de Esperantinópolis, dos Artesãos dos Lençois Maranhenses (Artecoope Coopalmar), de Cajucultores de São Benedito (Comunidade Coheb II, Projeto de Assentamento de reforma agrária, município de Timon) e o Coletivo de Mulheres Trabalhadoras Rurais.
Mandioca
A mandioca foi uma das atrações da feira este ano. O Incra reproduziu em tamanho real uma habitação das famílias rurais que vivem do plantio da mandioca e da produção da farinha, com todos os utensílios domésticos e de trabalho. No ano passado, o produto homenageado foi o coco babaçu (350 mil mulheres vivem da quebra do coco no Maranhão), quando o Incra construiu além da casa rural, a réplica de um paiol onde as mulheres quebram o coco e estocam a produção. Em 2009, o MDA também prestigiou as quebradeiras de coco, que foram retratadas em grandes painéis fotográficos expostos nos pavilhões da feira.
As cadeias de produtos da sociobiodiversidade brasileira também foram apresentadas em Brasília. O MDA montou a Praça da Sociobiodiversidade, reunindo 24 empreendimentos incentivados como alternativa econômica ao desmatamento, nos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga. Mais de 100 produtos da biodiversidade brasileira estiveram expostos, entre alimentos, artesanatos, biojoias e cosméticos.
De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, a agricultura familiar ocupa 75% da mão de obra na zona rural brasileiral, garantindo a segurança alimentar dos brasileiros, produzindo 70% do feijão, 87% da mandioca e 58% do leite consumidos no país. Os estabelecimentos da agricultura familiar representam 84,4% do total, ocupando contudo somente 24,3% da área agricultável no país.
Discussão
A feira promoveu ainda discussões técnicas como a reunião nacional dos colegiados territoriais, de gestão de bacias hidrográficas e Pronaf Sustentável, o encontro nacional dos agentes de leitura, agricultura orgânica, mandiocultura, do comitê gestor do Programa Terra Legal, bovinocultura de leite, fitoterápicos, apicultura, além do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2010/2011, com a presença do presidente Lula.
O Brasil Rural Contemporâneo é um evento do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Incra, com patrocínio de Petrobras, Sebrae, Bancos do Brasil, do Nordeste e da Amazônia, BNDES, Eletrobrás, Itaipu Binacional, Anfavea, Ubrabio e Itambé. Tem o apoio do Instituto Latinoamérica para o Desenvolvimento da Educação, Ciência, Arte e Cultura e Governo do Distrito Federal.
As informações são da Secom do Estado.
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