SÃO LUÍS - A produção de alface hidropônico em garrafas PET de 2 litros está sendo feita por detentos do Centro de Ressocialização de Pedreiras. O cultivo faz parte de um projeto instalado pela Agência de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), em parceria com a Associação de Presidiários de Pedreiras.
O cultivo da alface é feito atualmente por cinco presidiários que viviam ociosos e que agora estão fazendo os tratos culturais nos 2.352 pés de alface cultivados nas 1.176 garrafas PET. O plantio é coberto com uma tela chamada sombrite, utilizada para diminuir a incidência dos raios solares nas plantas. A previsão é de que sejam instaladas mais 1.328 garrafas até o final deste mês, totalizando 5.000 pés de alface plantados.
Esta é a segunda vez que eles cultivam a alface, prevista para ser colhida em aproximadamente 25 dias. A primeira colheita foi feita em dezembro, quando foram utilizadas 800 garrafas preenchidas com substratos de palha de arroz carbonizada e fertilizantes. Em cada uma delas são cultivadas 2 plantas.
O gerente de negócios de produção da Associação de Presidiários de Pedreiras, Edvar Carneiro Júnior e Silva, disse que, posteriormente, a alface também será usada na alimentação dos presos. "Este é um excelente projeto que, além de retirar as garrafas do meio ambiente ele ajuda os presos que, ao retornarem à sociedade já podem fazer este plantio, que é de fácil manejo", avaliou ele.
Remissão de pena
Além do cultivo de alface em hidroponia, também foram implantados pela Associação de Presidiários de Pedreiras, projetos de confecção de artesanatos, fábrica de cadeiras, piscicultura e hortas tradicionais. "Os presos envolvidos no projeto têm ainda a remissão de pena, pois a cada 3 dias de trabalho é reduzido em um dia a pena deles", acrescentou Edvar Silva.
A produção obtida na primeira colheita foi comercializada diretamente nos restaurantes da cidade, que possuem um contrato para o fornecimento do produto. Os rendimentos são administrados pela associação e foram investidos na manutenção das despesas, e para ampliação do projeto.
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A experiência do cultivo de alface em hidroponia foi levado pelo técnico agrícola da Agerp, José Lima de Oliveira, que adquiriu a experiência quando estudava na Escola Família Agrícola Soinho, em Teresina, Piauí. "Este projeto foi idealizado pelas Organizações das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. O cultivo ocupa pouco espaço e pode ser instalado em áreas pequenas e não aproveitáveis para agricultura tradicional", explicou ele.
Adaptação
Em algumas regiões do Sul do Brasil esse cultivo é feito em canos de PVC e aqui no Maranhão ele foi adaptado às questões ambientais. Os canteiros com as garrafas pets são suspensos para que não haja contato com o solo, onde haveria maior incidência de pragas e fungos.
José Lima de Oliveira informou que esta experiência de plantio em hidroponia foi iniciada pela Agerp há cerca de dois anos no município de São Roberto. "Atualmente, existem 3 projetos com 3.200 pés de alface, envolvendo 20 famílias e em parceria com a prefeitura instalaremos mais 10 projetos no município", explicou o técnico.
A Agerp é composta por 19 escritórios regionais de Pesquisa Agropecuária, Assistência Técnica e Extensão Rural. O órgão tem como algumas diretrizes estratégicas, a transição agroecológica, estruturação das cadeias produtivas, agronegócio, descentralização das ações e articulações institucionais.
As informações são da Sagrima.
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