Paço do Lumiar

Moradores protestam por posse de terreno

Uma liminar obriga a retirada de pessoas da Vila Povo até a quarta-feira.

Roberta Gomes/ Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h14

SÃO LUÍS - Moradores da Vila Povo, em Paço do Lumiar, podem interditar, nesta terça-feira, 7, a Estrada de Ribamar, em protesto pela posse de suas casas, que podem ser derrubadas ainda esta semana. Quatorze famílias são alvo de uma liminar expedida pela juíza Jaqueline Reis Caracas, da 1ª Vara Cível da Comarca do município, que as obriga sair dos lotes onde vivem até a próxima quarta-feira, 8. O terreno, segundo o processo, é de propriedade de Mário Jorge Garcês Serejo.

De acordo com Joel Abreu, ex-presidente da União de Moradores da Vila Povo, o terreno realmente é uma ocupação irregular, mas já existe há mais de quatro anos. Ele explica que a área era um loteamento chamado Itapuã, que teria sido abandonado. Logo começou a ser ocupado pelos moradores da Vila Povo e algumas dessas pessoas até teriam a documentação da terra.

- Um homem chamado Genivaldo chegou a vender os lotes para algumas famílias, mas agora descobrimos, por essa liminar, que o terreno tem outro dono e que ele estava requerendo na justiça. Isso nós nunca tivemos conhecimento. Fomos pegos de surpresa com essa liminar que obriga essa gente a sair daqui até quarta-feira. Tem que ter um jeito da gente resolver isso! - reclama Joel Abreu.

Justamente para tentar um acordo com a Justiça, os moradores da Vila Povo fizeram uma concentração no bairro nesse domingo, a fim de chamar atenção da prefeira de Paço do Lumiar, Bia Venâncio, que segundo os líderes da comunidade, é a única pessoa que poderia tentar resolver o problema. Nesta segunda-feira, 6, eles estão tentando mais uma vez uma reunião com a prefeita, na tentativa de amenizar a situação. Caso não tenham sucesso, os moradores confirmam o protesto para esta terça-feira, reforçando que será feira a interdição da estrada.

- Já falamos com vários vereadores daqui, mas nenhum se propôs a tentar resolver essa situação. Já procuramos também pela juíza, mas não conseguimos encontrá-la. Faremos então um protesto, caso ninguém venha falar com a gente!. - frisa Joel.

Outro problema que pode acontecer caso essas pessoas sejam despejadas na próxima quarta-feira é a falta de água nas outras casas da Vila Povo. É na quadra dos 14 lotes em questão que está localizado o poço comunitário responsável pelo abastecimento dessas residências.

- Se nada for feito, as pessoas que investiram tudo que tinham por uma casa, de alvenaria, aqui na Vila Povo, ficarão sem nada. E até quem não tem suas casas nessa questão, sofreram com a falta de água. O certo é que não sabíamos desse processo e temos o direito de tentar resolver essa situação. Ninguém veio aqui nos comunicar de nada. Vivemos uma situação muito delicada e difícil. A juíza, o dono dos lotes e a prefeita têm que entender a gente também. Nesta segunda, estaremos em frente à Prefeitura! - avisa Inês Garcês Sousa Martins, atual presidente da União de Moradores da Vila Povo.

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