SÃO LUÍS - Os policiais militares Antônio Abreu e Smailly Carvalho, apontados como executores do universitário Ivanildo Paiva Barbosa Júnior, foram transferidos ontem para São Luís, por decisão da juíza Suely Feitosa, da 2ª Vara Criminal de Imperatriz. O crime ocorreu naquela cidade dia 13 do mês passado, logo após a vítima ser abordada pelos acusados, no trânsito. A ação foi flagrada pelas câmeras do sistema de segurança de uma loja, e isso contribuiu para a prisão dos militares. O inquérito que investiga o crime deve ser enviado para a Justiça até amanhã, com o indiciamento dos PMs e do segurança Claudiomar Ferreira dos Santos, que também participou da trama.
A transferência de Antônio Abreu e Smailly Carvalho ocorreu no fim da manhã de ontem, sob forte esquema de segurança. Eles embarcaram no helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA) no pátio da 3ª Companhia da Polícia Militar, em Imperatriz, direto para o Comando Geral, em São Luís, onde permanecerão aguardando decisão da Justiça. A operação foi rápida e sigilosa, para evitar a presença de curiosos.
Segundo a juíza Suely Feitosa, a transferência dos policiais havia sido solicitada à Justiça pelo comandante do Batalhão e pelo delegado que investiga o caso. A alegação era de que a presença dos policiais estava alterando a rotina do quartel e não havia mais necessidade de mantê-los na cidade, pois já tinham sido ouvidos exaustivamente nas investigações.
Segundo a magistrada, os indiciados deverão retornar a Imperatriz para audiência de instrução e julgamento, programados para a segunda quinzena de novembro.
Inquérito
O delegado Jefrey de Paula Furtado, do 1º Distrito Policial de Imperatriz, que preside a investigação sobre a morte de Ivanildo Júnior, informou ontem que tem até amanhã para concluir e enviar à Justiça os autos complementares do inquérito. Mais de sessenta pessoas já foram ouvidas e três estão presas: os soldados Antônio Abreu e Smailly Carvalho e o segurança Claudiomar Ferreira dos Santos.
Nos últimos dias, por determinação da juíza Suely Feitosa, o delegado ouviu mais 10 pessoas. Jefrey Furtado revelou o indiciamento de mais dois soldados da PM e um ho-mem, cujas identidades não foram reveladas. Ele garantiu apenas que essas três últimas pessoas foram indiciadas por terem portado o revólver calibre 38 usado para executar o estudante.
O delegado disse que pelo menos por enquanto não pediu a prisão temporária desses três últimos indiciados, por não julgar necessário.
Nos últimos quatro dias, o delegado ouviu o depoimento do secretário de Administração de Davinópolis, José Gonçalves Lima, o Zé Pequeno; o empresário Ju-cicleiton Araújo Silva e Daví Alves Silva Segundo, conhecido por Dill, todos residente em Davinópolis.
O crime
O estudante Ivanildo Júnior, de 19 anos, filho do empresário e candidato a prefeito de Davinópolis, Ivanildo Paiva Barbosa, desapareceu na madrugada de sábado, 13 de setembro, após ser abordado por uma patrulha da Polícia Militar, formada pelos soldados Antônio Abreu e Smailly Carvalho, cuja ação foi flagrada pelas câmaras do sistema de segurança de uma loja.
Ivanildo Júnior havia saído de casa na noite de sexta-feira para participar do Forró Fest e foi visto pela última vez quando deixava amigos e a namorada em suas casas no centro da cidade. Ainda no Centro, ele foi abordado pelos policiais. O seu carro, um Golf preto, foi encontrado no dia seguinte na Estrada do Arroz, sem placas e o sistema de som.
Os militares foram presos, mas negaram envolvimento no caso. O corpo da vítima foi encontrado uma semana depois, enterrado em cova rasa, nas proximidades do local onde o carro havia sido abandonado.
O terceiro envolvido no crime, o segurança Claudiomar Ferreira dos Santos, foi preso dia 9 deste mês. Ele confessou sua participação no assassinato do estudante, contando com riqueza de detalhes como os militares Abreu e Smailly executaram o jovem.
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