SÃO LUÍS - Quem usa cadeira de rodas em Codó enfrenta dificuldades para ter acesso à diversas repartições públicas e privadas. A nosso convite o radialista, Airton Costa, aceitou mostrar o seu dia-a-dia na cidade.
No prédio da Prefeitura ele não encontrou rampas na calçada e mesmo se tivesse a escadaria da entrada o impediria de chegar ao interior do prédio. “Se eu precisar de algo dentro da prefeitura é complicado, alguém vai ter que me intermediar, eu não vou ter oportunidade” reclamou o radialista.
NAS ESCOLAS
Nas escolas do centro, como a Colares Moreira, o problema também existe. Airton, num esforço para aumentar seus conhecimentos, diz que tentou estudar, mas todas as noites tinha que contar com a solidariedade dos colegas até desistir. “Eu já encontrei dificuldade para estudar em Codó, inclusive algumas escolas porque não temos a rampa e todas as noites meus colegas tinham que colocar eu com a cadeira e tudo lá dentro” afirmou.
No banco onde o radialista tem conta existe uma rampa, mas a fizeram tão fora do padrão exigido que subir com sua cadeira de rodas é impossível. “A subida aqui fica complicada porque a extensão, o espaço ficou muito curto. É impossível fazer essa manobra aqui. Aqui vou necessitar de terceiros” ressaltou.
MOTORISTAS NÃO COLABORAM
Encontramos muitas praças públicas com rampas. Mas na Ferreira Bayma, por exemplo, centro da cidade, a falta de respeito ao espaço do portador de necessidade especial é flagrante. Airton subiu sem a colaboração do motorista de um veículo que estava quase a impedir-lhe a passagem, na hora de descer não teve tanta sorte, encontrou um carro estacionado sobre a rampa. “A acessibilidade da praça existe e o por quê desse carro em cima da rapa aqui? Isso é mais do que um desrespeito, não existe a lei de acessibilidade? A lei está aí, é pra ser cumprida e você viu a dificuldade que eu encontrei correndo o risco de cair ou quebrar alguma peça da minha cadeira” reclamou.
SENSIBILIZAÇÃO
O presidente da Associação dos Portadores de Necessidades Especiais de Codó, Eliel Lima, disse que pouca coisa mudou, seja na área pública ou privada, quanto à providências de acesso aos portadores desde que uma lei federal foi editada com esta finalidade. Planeja realizar, em parceria com o Ministério Público, um seminário de conscientização. “Para sensibilizar o poder público e a iniciativa privada de que é necessário, de que é urgente a adequação dos prédios públicos e dos prédios da iniciativa privada às condições de acessibilidade para os portadores de necessidades especiais” justificou.
Eliel afirmou que esta será sua última tentativa sem o uso dos poderes que a lei de acessibilidade concede para impor seu cumprimento. “Essa seria nossa última tentativa e, partindo daí, se não formos atendidos nas nossas reivindicações nós passaremos a atuar com medidas punitivas ao poder público e também à iniciativa privada” alertou o presidente.
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