Codó

Alunos reclamam da merenda escolar em Codó

A escola municipal de Sabiazal funciona no casebre da Associação de Lavradores do povoado.

Acélio Trindade, para o Imirante.

Atualizada em 27/03/2022 às 13h34

CODÓ - A escola municipal de Sabiazal funciona no casebre da Associação de Lavradores do povoado. As paredes estão escoradas para não desabarem de vez, a madeira está sendo destruída pouco a pouco pelos cupins. Mas os moradores não reclamaram da situação porque atualmente estão limpando um local, ao lado da associação, onde será construída uma escola para as crianças, promessa recente do governo municipal.

No entanto, não puderam deixar de pedir merenda escolar enquanto a escola não é construída. A quantidade para treze alunos é considerada insuficiente por pais e alunos. Da última vez que chegou, por exemplo, a escola só recebeu dois quilos de arroz para o mês inteiro, como lembra a estudante Eize Raiane da Silva, de 11 anos.“Veio dois quilos de arroz, um litro de óleo, três latas de sardinha, um quilo de açúcar e três pacotes de bolacha. Acho pouco porque não dá nem pra duas semanas. É ruim porque a gente só toma café e sai daqui quase doze horas”, lembrou.

Eize, por exemplo, tem que pedalar cerca de 3 kms de volta à sua casa na companhia da avó que revela – a vezes familiares precisam colaborar para que as crianças continuem na sala de aula.“Tem vez que a gente manda até arroz de casa, quando esta merenda termina a gente manda arroz, manda ovos. Cada um leva um pouquinho, chega lá cozinha, todo mundo come pra poder ter coragem de voltar pra casa”, afirmou dona Maria de Fátima Nascimento.

Todos os pais estão reclamando. O agricultor, Francisco Lima, fez um apelo aos responsáveis pela distribuição da merenda.“Pra gente que é adulto é ruim, imagine para as crianças passarem este tempo todinho sem merenda. O apelo que a gente faz é que as autoridades tomem uma providência porque a gente tem que ter todo cuidado com criança. Criança não é como adulto, acho que complica até mesmo na aprendizagem delas”, apelou.

A central de distribuição da merenda escolar alegou que a entrega é feita de acordo com cálculos de uma nutricionista. O município recebe apenas R$ 0,22 por cada criança matriculada e o número corresponde aos matriculados do ano passado, cerca de 23.000 alunos, sendo que este ano existem mais estudantes na rede municipal. Especificamente sobre o caso de Sabiazal, a distribuição afirmou que a quantia está de acordo com os 13 alunos.

O dois quilos de arroz, por exemplo, poderiam durar o mês inteiro porque só é pra ser dado uma vez na semana e cada criança deveria comer só o equivalente a 50 gramas nesse dia (cozido chega a cerca de 120 gramas). Outra alegação da central de distribuição, hoje na Cibrazem, é que as pessoas tem que se conscientizarem de que a merenda é apenas um lanche, não um almoço, que deve suprir só 15% das necessidades de cada criança durante o dia.

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