CODÓ - O silêncio dos barracões vem incomodando aqueles que têm um histórico de vida dedicado ao carnaval Codoense. A razão desse silêncio está, de acordo com a Associação de Blocos e Escolas de Samba de Codó (ABESCO), na falta de recursos para iniciar os preparativos do desfile. Desde dezembro, a presidência da Associação afirma que vem tentando contato com a prefeitura, através do Departamento Municipal de Cultura.
A Proposta
A proposta da Abesco pede R$ 7.000,00 para cada uma das cinco escolas que pretendem desfilar agora em 2008 (Estrela do Oriente, Águia do Samba, Salgueiro da Agenor Monturil, Favela do Samba e Unidos de São Sebastião). "Infelizmente nós ainda não obtivemos nenhum resultado positivo. Andamos, freqüentamos tantas reuniões, porque não foi só uma, e os responsáveis aqui (responsáveis pela Cultura), eles, coitados, até que têm feito a sua parte, mas entre o secretário chefe de gabinete e o prefeito nós ainda não conversamos com nenhum dos dois", reclamou o diretor geral da Abesco e presidente da Escola de Samba Estrela do Oriente, Alverino Moreira.
Isso emperrou o trabalho nos barracões. Não há dinheiro, o que existe é muita incerteza entre os membros de cada escola ou bloco. Será dada ou não a ajuda do governo? é a pergunta que todos se fazem. "Isso nos deixou constrangidos e além disso nos parou. Porque alguma coisa que a gente começou a ajeitar na casa infelizmente a gente tem que parar porque não se sabe se tem a festa do povo. Nós não podemos criar uma expectativa e na hora ser falha”, frisou Alverino.
Prazo termina sábado
Como o período carnavalesco se aproxima, cada dia sem resposta é mais um dia sem produção nos barracões. Nem mesmo o tradicional som das baterias ensaiando está sendo ouvido nos bairros da cidade. Alegando que ano passado a Associação foi taxada, injustamente, como sendo a responsável pelo fracasso do desfile, uma vez que nem a metade das escolas desfilou, o diretor geral diz que pode esperar só até o próximo sábado qualquer manifestação da prefeitura. Para que não o acusem, nem à seus companheiros, de não ter tentado colaborar. “Eu disse para o presidente que eu só agüento até sábado, 19, neste final de semana. Tô querendo fazer o carnaval, porque ano passado ficou uma imagem que diz que eu e ele (Ruy Rey) tentamos acabar com o carnaval e não é a verdade porque a gente tem feito carnaval com todos os prefeitos que já passaram. Sempre nessa dificuldade, mas esta dificuldade de três anos pra cá piorou, piorou e piorou”, reclamou o diretor.
A defesa da prefeitura
Pelo o que disse um dos responsáveis pelo departamento de Cultura do Município à esta reportagem, Alverino terá que esperar mais um pouquinho se quiser, realmente, participar do desfile de 2008 ou, ao menos, ouvir o que o prefeito tem a dizer. De acordo com Orlando Matos, Biné Figueiredo, prefeito de Codó, está viajando para Brasília. Provavelmente só na próxima semana poderá se reunir com a Abesco para analisar a proposta, encaminhada ainda em dezembro, e dar a sua contra-proposta.
Protesto - Blocão dos sujos
O presidente da Abesco, Ruy Rey Pereira Coelho, informou que também aguarda, confiante, resposta da Secretaria de Estado da Cultura para onde foi enviado pedido, em nome de cinco escolas de samba e dois blocos, de R$ 62.900,00. Eles esperam metade disso em função de que, quando sai, é este o valor com o qual se compromete o governo do Estado ao ajudar o carnaval dos municípios. “Eu tenho certeza que o governo do Estado vai repassar o recurso pedido no projeto que nós encaminhamos à secretaria de Estado do Maranhão”, disse o presidente que anunciou um protesto caso nenhum dos governos ajude às escolas este ano. Vão sair às ruas no que chamou de “blocão de sujos” para chamar a atenção da sociedade. “Vamos fazer um blocão de sujos da ABESCO para fazer uma demonstração para o povo codoense, dizendo que a gente não é responsável pela não participação das escolas de samba no carnaval de Codó”, anunciou Ruy Rey.
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