Arte e economia

Artesanato de Codó conquista maranhenses e turistas

Os artesãos de Codó conseguiram aumentar, significativamente, as vendas.

Acélio Trindade, para o Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h48

CODÓ - Os artesãos de Codó conseguiram aumentar, significativamente, as vendas dos produtos que levam a marca da arte codoense. Além da localização, agora numa loja do Centro de Cultura, a razão, na visão deles, está na qualidade do artesanato que vem sendo aperfeiçoado a cada dia.

Amor na arte

Cada artesão empenha-se no que desenvolve. Sueli de Jesus Fernandes, por exemplo, trabalha com crochê, bordado e pintura em coco babaçu para lembranças da região dos cocais. Ela revela o segredo. “Tem que ter muita atenção, paciência. Tem que haver muita dedicação pois se não tiver não sai perfeito. Então como a gente gosta, a gente ama, muito amor, muito carinho tudo sai perfeito, legal. Também tem que ter muita atenção nos detalhes, principalmente no acabamento. Este que é o principal”, disse Sueli.

A matéria-prima do artesanato codoense vem da natureza. É o que todos dizem em função de que, na loja, babaçu, carnaúba, troncos de madeira, cipó e até bambu viram arte. Nas mãos da artesã Raimunda Maria dos Anjos Oliveira, pendão de buriti e pés de carnaúba transforma-se em belos arranjos florais. “A gente aproveita tudo que a natureza nos oferece” diz Raimunda Maria que há seis anos renova seu gosto pelo artesanato ao final de cada criação. “Cada arranjo que eu faço pra mim é uma novidade, cada novo que eu faço vou me apaixonando mais, não tem como parar”, ressaltou.

Atração turística

É a soma de tudo isso que tem atraído compradores de várias partes do Brasil. Os turistas adoram. Ozeane Maria Costa Martins, de Blumenau, Santa Catarina, estava de passeio por Codó quando visitou a loja de artesanato. Ficou encantada.“Achei bem legal. Lá não tem este tipo de artesanato. Aqui é bem diferente, é mais indígena. É bem mais brasileiro, adorei”, frisou a operadora de caixa que acabou levando uma bolsa artesanal.

Já o eletricista paulista, Adimar Pereira Santos, disse que o artesanato de Codó prova a diversidade da cultura brasileira. “É interessante você ver tanta diversidade em um único país. Eu nunca tinha visto tanta coisa. É interessante a utilidade que o pessoal dá ao fruto que tem nessa terra”, afirmou.

Associação cresce

O presidente da Associação Comunitária dos Artesãos Codoenses, Tim Maia, explicou que houve uma organização prévia para que o sucesso de hoje fosse atingido. Há um revezamento entre os cerca de 22 associados na venda dos produtos. 10% ficam para a manutenção da Associação e o resto do dinheiro fica com o dono do artesanato negociado.

Tim Maia entende que o local, no Centro de Cultura, é pequeno para tantos sócios, mas a centralização trouxe benefícios. “Você ver que é um local ainda muito pequeno para a quantidade de pessoas que nós temos como sócios, mas nós estamos no centro do comércio, melhorou bastante. Ta todo mundo satisfeito com as vendas, a produção melhorou e se a produção melhorou é sinal de que as vendas estão sendo ótimas”, afirmou o presidente.

Antes de ganharem o pequeno espaço no Centro de Cultura, os artesãos passaram mais de um ano a espera da conclusão da obra de reforma do antigo terminal rodoviário de Codó, hoje Centro de Cultura Governador José Reinaldo Tavares.

Tim Maia ver uma associação em plena ascensão. Mas para fazer parte, os novos artesãos têm que atender a certos critérios. Tudo para manter a qualidade que o artesanato de Codó atingiu. “A pessoa vem olhar e observa o mínimo defeito que existe no trabalho e se tiver ele recusa. Então hoje a gente já tem o dever de ver o trabalho de quem quer ser associado para poder recepcioná-lo, sempre primando pela qualidade”, encerrou o artesão e artista plástico.

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