Polêmica

Antônio Joaquim rejeita proposta de Jackson

Em visita a Codó, o governador propôs entregar gestão dos recursos da Maternidade à Biné Figueiredo.

Acélio Trindade, para o Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h50

CODÓ - O governador Jackson Lago esteve na manhã de ontem, 03, inaugurando nove obras realizadas pelo prefeito Biné Figueiredo. Entre elas um centro de piscicultura no bairro São Benedito, um mercado na praça Almirante Tamandaré, duas escolas, e um posto de saúde construído com a ajuda da Organização Não-Governamental Plan, na vila Camilo.

Convênio renovado

Jackson lago foi surpreendido com uma manifestação. Um grupo de funcionários, acompanhado de parentes mais próximos, da Maternidade Mamãe Neide apareceu com faixas e cartazes pedindo a reabertura daquele hospital. Segundo o diretor clínico, o médico e ex-deputado federal, Antonio Joaquim Araújo Filho, a maternidade, em questão, era mantida através de um convênio firmado direto com o Governo do Estado. O convênio não foi renovado e ele afirma que isso teria acontecido a pedido do prefeito da cidade. “Codó é municipalizado, quem manda na municipalização é o prefeito e o prefeito exigiu do governador, por questões políticas e pessoais, que a gestão passasse para o município”, afirmou Antonio Joaquim.

Manifestantes agredidos

Na chegada do grupo ao local da solenidade de uma nas inaugurações, especificamente na do Centro de Cultura José Reinaldo Tavares, houve confusão. Homens que trabalham para a secretaria municipal de defesa do patrimônio público partiram para cima dos manifestantes, rasgando as faixas. A mulher de um vigilante da maternidade, Maria do Socorro dos Santos, afirma que chegou a ser agredida fisicamente. “Eu fui agredida, ele deu na minha cara, rasgou a faixa e me arrastou. Lógico que tínhamos o direito de nos manifestarmos. Ele não vai prejudicar o Dr. Antonio, vai prejudicar é a população e as famílias que trabalham lá”, disse indignada Maria do Socorro.

Jackson anuncia solução

O governador anunciou solução para o problema ainda no palanque. Disse que a maternidade não será fechada. Agora o recurso será enviado à prefeitura de Codó que fará o pagamento mensalmente. O convênio deixará de ser direto entre o Governo do Estado e a Mamãe Neide. “A maternidade vai funcionar como todo órgão que recebe dinheiro público, sob o controle da população, sob o controle social. O Governo do Estado vai passar o dinheiro para a prefeitura para a prefeitura pagar todo o serviço que realmente for feito”, determinou Jackson Lago.

Antônio Joaquim rejeita proposta

Antonio Joaquim Araújo já saiu no contra-ataque afirmando que a medida tomada pelo governador é péssima e justifica. “O atendimento dos codoenses em Caxias é altíssimo, sinal de que aqui o atendimento não é suficiente e agora se passar a gestão da maternidade pra lá (prefeitura) Codó vai voltar a ter os índices de mortalidade materna que tinha anteriormente quando constava entre os 100 municípios do Brasil com maior índice desse tipo de morte”, disse o médico e ex-deputado federal de Codó.

Antonio Joaquim também disse que uma de suas preocupações vem do fato de que a administração atual tem dificuldades em honrar compromissos sérios. “Esse governo tem dificuldade de fazer o pagamento das coisas sérias, das coisas responsáveis. Os exemplos estão aí. Até a vice prefeita para receber o salário dela, que é constitucional, tem que constituir advogado, ir pra justiça pra pode receber porque ele não paga, então vai criar problemas e as mães vão ter dificuldades”, ressaltou afirmando que vai procurar Jackson Lago para tentar se livrar dessa determinação e, assim, evitar que a maternidade permaneça fechada. “Essa semana vou procurar o governador, explicar pessoalmente pra ele e eu tenho certeza que a maternidade vai continuar aberta, mas não sob a gestão do prefeito”, concluiu Antonio Joaquim.

Biné não fala

Tentamos entrevistar o prefeito Biné Figueiredo sobre o polêmico assunto e a forma como agiram os agentes de defesa do patrimônio público contra os manifestantes. Quando conseguimos chegar perto, dado à intensa movimentação, Biné disse que estava apressado em função das nove inaugurações que estava fazendo naquele momento, pois o governador tinha pouco tempo disponível. Nossa abordagem aconteceu na saída da escola municipal Camilo Figueiredo.

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