Educação

Professores de Peritoró cobram perdas salariais

De acordo com um grupo de professores, o prefeito não estaria utilizando os 60% do FUNDEB.

Acélio Trindade - para o Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h51

PERITORÓ - O núcleo do Simproesemma em Peritoró está em pé guerra com o prefeito da cidade, Josias Lima Oliveira. Entre as razões está a salarial. De acordo com um grupo de professores revoltados com a situação, o prefeito não estaria utilizando os 60% do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), por lei obrigatório para o pagamento dos educadores.”Uma das nossas reivindicações é esta. Acreditamos, mesmo sem ter dados concretos devido a dificuldade que a secretaria de educação e a secretaria de administração nos impõe para não fornecer dados, que os 60% não estão sendo implantados no que diz respeito aos salários dos doscentes. Por que? Porque até fevereiro nosso repasse, para o município, era R$ 260.000,00, hoje o FUNDEB ta injetando no município aproximadamente R$ 430.000,00” justificou o professor Francisco Santos Damasceno.

Os professores calculam perda salarial de 35%, em seis anos sem um bom reajuste. Apesar do aumento do valor dos recursos para a educação, dizem que o salário não acompanhou a mudança. Em peritoró, o núcleo afirma que professores efetivos ganham R$ 580,00. Os contratados ficam na faixa dos R$ 420,00 ou pouco mais que isso.

No mesmo período a carga horária teria sido alterada. Quem trabalhava 20 horas, agora é obrigado a trabalhar 25 horas semanais e isso teria ocasionado demissões.”De cada cinco professores, pelo menos um perdeu seu emprego” afirmam integrantes do núcleo do Simproesemma.

Quem ficou vive a esperança de ter um salário acima de R$ 700,00, o que, na opinião dos educadores, seria possível se o Plano de Carreiras, Cargos e Salários já tivesse sido implantado no município.”Pelo plano de Carreiras, Cargos e Salários nós já teríamos hoje um salário de R$ 780,00. Mas o salário do município não passa de R$ 580,00” reclama Francisco Damasceno.

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O prefeito Josias Lima Oliveira, o Pe. Josias, se defende afirmando que a reclamação parte apenas de um pequeno grupo e não da maioria.”Quero dizer que não são todos os professores que estão reclamando, é apenas a diretoria do Simproesemma, a diretoria. Não sei se o interesse é político, eu não sei”, disse o prefeito.

Josias Oliveira afirma que em sua administração tem utilizado mais de 60% dos recursos para pagamento de professores.”Nos dois últimos anos eu atingi 61% do FUNDEF, inclusive todos os anos eu paguei o 14º salário, gratificação depois que eu paguei o salário de dezembro e o décimo terceiro”, disse o administrador complementando sua justificativa com informação sobre por que não aumentou o salário este ano.”Esse ano o FUNDEB contemplou também o ensino de jovens e adultos, o ensino infantil e o FUNDEB só passou um terço, portanto não teve como aumentar como eles (professores) queriam, logo este ano. Mas eu estou até melhor do que muitos municípios aqui da minha região” disse.

O gestor municipal também alegou que recebeu este ano 500 alunos de Codó, sem está recebendo repasse por eles.”E eu disse também à eles que este ano nós assumimos 500 alunos de Codó e, no próximo ano, isso vai ter retorno e, com certeza, no próximo ano eu irei aumentar o salário dos professores. Inclusive já preparei o Plano e Cargos e Salários para ser apresentado na Câmara para, justamente, dá todos os direitos dos professores”, encerrou o prefeito.

Os professores já fizeram manifestação de rua e pretendem organizar paralisações caso a situação atual prevaleça por mais tempo. A luta agora também é conseguir adesão de todos os efetivos e contratados ( no geral cerca de 380 educadores) em prol da mesma causa.”Porque na verdade quem vai ganhar não são apenas aqueles que estão aqui, mas todos os profissionais que trabalham na educação, assim como os contratados já que uma de nossas reivindicações é que os contratados ganhem pelo menos equiparado ao que ganha um nomeado já que fazem o mesmo trabalho que nós fazemos também” conclamou o professor Márcio Augusto Santos.

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