Sobrevida

Crianças catam lixo em Coroatá

Os menores flagrados catam cobre e alumínio. Eles têm entre 7 e 14 anos de idade.

Acélio Trindade, para o Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h54

COROATÁ - Os menores flagrados por esta reportagem têm entre 7 e 14 anos de idade. Afirmaram que estudam, mas alternam os horários do dia entre a escola e o trabalho no lixão de Coroatá."Quem estuda à tarde vem pra cá de manhã e quem estuda de manhã vem à tarde" explicou o menor J.C.S.O, de 12 anos. Uma vez no lixão, eles têm contato com toda espécie de lixo (doméstico, hospitalar) catando-o sem o uso de luvas e, alguns, até descalços.

Eles catam cobre e alumínio por causa do valor, considerado maior. O quilo é vendido na cidade por R$ 10,00 e R$ 5,00, respectivamente. “Nós gastamos com muitas coisas. Quando vamos para o colégio nós compramos cadernos, lápis e merenda pra comer” revelou o menor R.S.R. Perguntado sobre o posicionamento dos pais dele diante do fato de estar em trabalho degradante respondeu.”Faz muito tempo que a gente vem pra cá, eles não brigam não”.

Além da ausência de coibição dos pais, falta fiscalização efetiva por parte das autoridades do município responsáveis pela proteção dos direitos da criança e do adolescente, de acordo com denúncia dos adultos que ali trabalham. Eles afirmam que não se trata de filhos de quem vive de catar lixo em Coroatá, mas não negam a presença constante dos menores de idade no local e até reclamam. “Com certeza, é menino direto aqui, não pára não. Criança é direito e não tem ninguém que vigia aqui, é no aberto mesmo” afirmou o catador de lixo, Antonio José Firmino da Costa, que vive do lixão há 4 anos.

A secretária de Desenvolvimento Social de Coroatá, Ester Moura, informou que tudo vem sendo feito para erradicar o problema. Segundo ela, em momentos anteriores providências já foram tomadas.”A partir do momento que nós tomamos conhecimento a gente colocou a disposição todas as ações que o próprio município tem a oferecer que são: orientação pra essas famílias, observação se eles (menores) estão incluídos nos programas sociais tipo Bolsa Família, PETI ou tem alguma criança em idade pra estar no Agente Jovem” explicou a secretária.

Ester Moura frisou que o Conselho Tutelar já fez fiscalização, mas os pais acabam não colaborando para o fim do trabalho infantil no lixão de Coroatá.”O que me consta é que o Conselho já fez visitas à estas famílias, já fez orientação e, na verdade, os pais tornam a colocar essas crianças no lixão”, disse a secretária informando posteriormente que uma possível saída é acabar com a estrutura de sobrevivência montada no lixão, substituindo-a por atividades que envolvam toda a família.

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