CÓDÓ - Os moradores do povoado Baixa Grande, a mais de 40 quilômetros da cidade de Codó, estão desde o mês de maio, segundo eles, esperando a devolução das carteiras e do quadro negro da escola destinada aos filhos da comunidade. É que após mudarem de um lado para o outro da BR-316, na altura do KM 508, contam os pais que a Secretaria de Educação mandou recolher o material escolar alegando que não haveria mais alunos na escola antiga.
Os lavradores construíram uma nova escola de barro e cipó com cobertura de palha de babaçu, mas nao receberam mais as carteiras de volta. O agricultor, José Luis Damasceno, como os demais, está indignado com a situação."Levaram tudo, o quadro, as carteiras e aí não tem condição de funcionar desse jeito. Se tivessem trazido pra cá tava continuando as aulas, mas sem carteiras fica meio difícil" cobrou o lavrador. Para não deixar os filhos sem educação escolar muitos pais estão mandando-os para escolas de municípios vizinhos como Dom Pedro e Pedreiras, de onde são grande parte dos assentados de Baixa Grande.
Já a lavradora, Inês Pereira da Silva não pode fazer o mesmo. Veio com as netas Verônica (6 anos) e Valéria ( 4 anos) para o povoado na esperança de vê-las estudar, mas sua espera já dura mais de dois meses."Elas estudavam lá (Dom Pedro), trouxeram toda papelada (histórico e transferência) delas pra cá e chegando aqui fez foi parar. Tem que esperar porque não tem só elas, são muitas crianças que estão aí também sem estudar" reclamou a lavradora acrescentando que criança fora da escola é falta de cuidado do município para com a educação. "É ruim demais porque como é que elas aprendem desse jeito? criança tem que estudar" completou.
A professora do povoado, Eliete dos Santos, revela que existem 29 crianças matriculadas com idade entre 3 e 12 anos. Ela, há três anos, trabalha no povoado da alfabetização à 4a. série do ensino fundamental."A solução que eu quero é que o prefeito (Biné Figueiredo) traga essas carteiras o mais rápido possível, o quadro, a merenda, o que for necessário o mais rápido possível porque estou aqui para trabalhar" pediu a professora.
O desejo de ver os filhos na escola de pau-a-pique é tamanho que muitos moradores chegam a abrir mão de obrigações da Prefeitura como a entrega da merenda escolar, só querem ver a escola funcionando.
O secretário de educação, Francisco Jockey Ribeiro Neto, informou que o problema está acontecendo porque os lavradores abandonaram o povoado e, consequentemente, a antiga escola. Ao retornarem para a mudança de lado na BR-316 passaram a exigir o funcionamento da escola que construíram, o que é inviável por o município tem um calendário a cumprir."Isso atrapalha o nosso calendário. Eles deviam me procurar, não ficar levando isso ao conhecimento da imprensa porque nós sabemos o que realmente aconteceu por lá" disse o secretário.
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