Alerta

Dengue hemorrágica avança no Maranhão

Só no Hospital Materno Infantil há 53 casos suspeitos da doença em crianças da Ilha e do interior

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h05

SÃO LUÍS - Dados do Hospital Universitário Materno Infantil atestam que, nos meses de fevereiro e março deste ano, 44 crianças foram internadas com suspeitas de dengue hemorrágica oriundas dos quatro municípios da ilha de São Luís. Ao todo, incluindo as crianças de outros municípios fora da grande Ilha, foram 53 registros. O número já corresponde a 40% do total de internações de crianças com dengue hemorrágica em todo o ano de 2006. Oficialmente, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) alega que foram confirmados apenas sete casos, tanto de crianças quanto de adultos na capital.

A grande divergência nos números é atribuída, fundamentalmente, a problemas no Laboratório Central do Estado (Lacem) que estaria demorando tanto no recolhimento quanto na emissão de exames sorológicos. A Secretaria Estadual de Saúde descarta essa informação dizendo que os exames têm sido agilizados na medida do possível, apesar da alta demanda.

De acordo com o pediatra infectologista Leônidas Braga Júnior, um dos especialistas em dengue do Materno Infantil, o grande número de internações de pacientes com suspeita de estar com dengue hemorrágica já é maior do que o do ano passado. Em 2006, o número de casos de dengue na capital e estado como um todo foi menor do que o ano passado, refletindo não somente uma tendência de queda da doença, mas mostrando que vários casos de anos anteriores podem ter avançado para a do tipo hemorrágica.

“Como nós tivemos muitos casos nos últimos dois anos, há a tendência de que vários desses doentes voltem a contrair a dengue que, em praticamente todas as situações, avança para o estado hemorrágico”, explicou o infectologista. Em 2006, 133 crianças foram internadas no hospital Materno Infantil com suspeitas de dengue.

Susto

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Somente ontem, havia quatro crianças internadas no Materno Infantil com suspeita da doença. Das quatro crianças, três são da capital e uma de Arari. A dona-de-casa Eurismar Silva Reis, de 36 anos, levou um grande susto no último domingo quando o seu filho, Cristian Nogueira Reis, de 2 meses de idade, começou a vomitar um líquido escuro. Antes disso, as manchas escuras na pele também serviram de alerta para a mãe, que procurou o Materno Infantil.

O diagnóstico não poderia ser mais assustador: suspeita de dengue hemorrágica. “O susto foi muito grande. Imagina o que passei depois de ver meu filho único vomitar daquela forma. Foi horrível. Ainda bem que ele já está melhor”, contou ela.

Uma internação por suspeita de dengue hemorrágica dura, em média, quatro dias. Uma característica interessante que vem sendo observada é que os doentes oriundos do interior tendem a chegar ao hospital em situação mais grave do que os pacientes da ilha de São Luís. “Isso acontece, fundamentalmente, por conta da pouca instrução da população quando vê um caso do tipo hemorrágica.

Quando se tem um caso desses, a família da criança não toma providências e, por isso, a doença avança”, analisou o infectologista.

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